quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Lute por seus sonhos (mais do que um vídeo motivacional)



O vídeo acima, Lute por seus sonhos, descobri por acaso no You Tube, enquanto pesquisava e é um ótimo material, não apenas motivacional (como muitos devem utilizá-lo), mas também reflexivo sobre a educação como prática diária, começando pela casa, pela família e continuando na escola. Todos somos educadores, sejamos pais ou professores, e todos temos o papel social de incentivar filhos e alunos a estudarem, não apenas por obrigação, para preparação para o trabalho, mas, essencialmente, como preparação para a vida, para a escola da vida, que não dá diploma, certificado, mas que é a verdadeira educadora que nos acompanhará e nos dará lições até o fim dos dias.
O vídeo em questão mostra crianças e jovens em uma aula de arte, em que o professor severo inutiliza certas pinturas por não considerá-las adequadas, pelo menos ao seu critério artístico e discutível valor didático de fazer valer a sua opinião perante a turma...
Entretanto, um dos alunos - que não é considerado o aluno modelo para o professor nem a escola -, mas que é o ideal de artista e aluno para o mundo do século XXI, não se deixa intimidar e segue em frente, reunindo todo o seu material, antes desvalorizado e criando um imenso mosaico com as sobras do que o professor não valorizou. Assim é a vida: a soma de erros e acertos que constituem o que somos. E devemos aprender com os erros sempre, sejamos alunos ou professores, e não querer buscar a perfeição, que não existe. Saber valorizar o talento, incentivar a criatividade e originalidade, seja nas artes plásticas como em qualquer outra área é dever de todos os educadores (pais e/ou professores), estejam no ambiente escolar como no familiar. Castrar sonhos, ou fazer valer seus sonhos reprimidos, sendo refletidos em seus filhos, nunca será a melhor maneira de conviver em sociedade.
Ao final, o vídeo (que une outras cenas e outras pessoas) tem uma comovente e surpreendente mensagem de redenção... (Vídeo em espanhol, mas que pode ser ativada a tradução de legendas no You Tube).
Lembro-me de fato que já comentei em palestras e cursos (sem mencionar nomes, logicamente), de quando um jovem escritor quis publicar seu primeiro livro, e remeteu para algumas editoras. A maioria não respondeu, outras enviaram orçamento equivalente ao número de páginas (tipo, pagou, publicou, sem apreciar a obra em si), e duas editoras remeteram parecer ao autor. A primeira, elogiava a obra, considerando criativa e original e oferecendo uma proposta de edição. A segunda, tratava-se de carta do editor dizendo entre outras coisas que a obra não merecia ser editada, pelo menos por sua editora, e que o jovem autor deveria viver de uma forma a ter o que escrever. O jovem ficou 3 meses com bloqueio, sem sequer conseguir abrir um livro para ler, quanto mais escrever um linha sequer... Passado o susto, pensou, refletiu e resolveu acreditar em si mesmo, retirando de vez seus originais da gaveta, aceitando a proposta da primeira editora, lançando sua obra na Bienal Internacional do Livro de São Paulo (2004) e sendo selecionado pela editora para participar (o livro) da Feira do Livro de Frankfurt (a maior feira de livros do mundo), no mesmo ano. A única coisa que posso mencionar, diante destes fatos, é que vale a pena acreditar em seus sonhos, lutar por eles, aceitar as críticas e fazer a sua autocrítica, para enfim seguir em frente. O nome do jovem? O mesmo do editor deste blog educacional. O nome do livro? Realidade Virtual (contos).
Vejam abaixo cena do filme À procura da felicidade, inspirado em fatos reais, em que o pai (interpretado por Will Smith) diz ao filho, diante de uma quadra de basquete que "Você será bom em muitas coisas, não no basquete...". A seguir, vendo o efeito causado por suas palavras no filho, contra-argumenta e autocritica-se: "Nunca deixa ninguém te dizer que não podes fazer uma coisa, nem mesmo eu. Se você tem um sonho, tem que correr atras dele..." Um exercício de alteridade e sadia paternidade que todo educador deveria ter...

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