quarta-feira, 30 de julho de 2014
Liberdade de expressão não significa liberdade de difamação (ética, senso crítico e autocrítica)
O vídeo acima Libertad de expresión no significa libertad de difamación, descobri na rede social e é campanha de Periodismo Responsable , junto a outros dois vídeos (veja mais abaixo) Libertad de Expresión no significa libertad de agresión e Libertad de expresión no significa libertad de distorsión .
Atualmente, navegando no mundo virtual, principalmente em períodos pré-eleitorais, tenho ficado impressionado como lendas urbanas, de repente, nas redes sociais, em listas de email, nos telejornais, e em revistas e jornais virtuais, tornam-se fatos consumados (embora jamais investigados a fundo, nem efetuado o devido debate de ideais), por conta de pessoas desinformadas ou mal intencionadas. Parece até paradoxal dizer que veículos de comunicação são muitas vezes os que mais desinformam o cidadão, por conta de suas disputas ideológicas, em que a lógica, o bom senso, a ética, o respeito ficam em segundo plano ou são quase inexistentes para alguns. O boato - como um rastilho de pólvora - se transforma em processo com trânsito em julgado (concluído e sem direito a recurso) por parte de (de) formadores de opinião e os chamados "calunistas de plantão", que como no filme Mephisto, fazem um pacto com o lado obscuro em troca de fama, dinheiro, poder.
Há inclusive, por parte de alguns destes "calunistas de plantão", que muitas vezes escrevem para revistas e jornais de grande circulação, uma postura infantilóide, "adolescêntrica" de ao serem contestados, reagirem de forma como uma criança mimada, que xinga, chuta, agride sem sequer estabelecer um diálogo razoável, mesmo quando não são ofendidos. Basta serem contrariados e as agressões são ato reflexo, inclusive o editor deste blog já foi ofendido por uma destas "celebridades da polêmica", apenas por lhe mostrar que havia uma contradição em sua opinião. Naquele momento, evidenciei na prática como alguns confundem a "liberdade de expressão" com a liberdade pra exprimir qualquer coisa, sem nenhum tipo de fundamentação, muitas vezes na base do "achismo", da "palpitação", do sentimento "anti" algo ou alguém, e que não lhes permite reconhecer o erro.
O erro faz parte da humanidade, da aprendizagem, da vida e não saber lidar com o contraponto, com o contraditório (princípio jurídico) torna alguns contraditórios a si mesmos e ao mundo real. E esta conduta tem sido presenciada em todas as camadas sociais e em todos os poderes constitucionais, comentando boatos "tribais" como se fossem fatos cabais.
Muitas das denúncias carecem de investigação, são apenas e tão-somente indícios sem provas cabais. Sequer são matéria de investigação de órgão competente, mas tem por parte de que se abriga atrás do escudo da chamada "Liberdade de expressão" para ter justamente a liberdade para difamar, injuriar, caluniar, agredir, distorcer os fatos.
Como educadores, sejamos pais ou professores, temos o dever de ensinar a filhos e alunos a não aceitarem apenas uma fonte de informação, como se faz com diagnóstico médico, que muitas vezes necessita de uma segunda opinião. Todos temos direito de ter opinião própria e parafraseando versos de canção de Raul Seixas e letra de Paulo Coelho: "Prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter a mesma opinião sobre tudo". A vida, o mundo, a sociedade são dinâmicos, e as coisas se transformam cada vez mais de forma ágil, e é necessário, como educadores, nos atualizarmos, nos capacitarmos, nos reciclarmos sobre conceitos, pré-conceitos e preconceitos, muitos deles, frutos da desinformação, em função das mudanças que ocorrem diariamente.
Antes de curtir, repassar, compartilhar uma notícia, é lei pessoal, sempre faço uma checagem da fonte (se é conhecida, reconhecida, vasculhando outros portais, blogs, redes sociais) pra confirmar sua autenticidade. Em seguida, autenticada a fonte da notícia, procuro pesquisar prós e contras sobre o tema. Verificar as variantes e as motivações do divulgador, pois tudo isso influência no discurso de seu emissor. Nós, como receptores, precisamos ter em mente este fato concreto que todo emissor tem uma motivação, e parafraseando Marcel Proust, assim como "Todo leitor é um leitor de si mesmo", não podemos esquecer que todo autor é também um autor de si mesmo, ou seja, que como narrador de um fato, quem conta um conto sempre aumenta um ponto.
Instrumentalizado com estes dados, ai poderemos fazer uma devida análise da notícia e de seu discursos ali presente.
Como educadores, podemos nos valer de recortes de notícias de vários meios de comunicação (impressos ou digitais) e de empresas das mais variadas tendências para construir este mosaico com os alunos de múltiplas visões de um mesmo fato ou boato.
recomendo uma atividade assim, de analisar recortes de notícias, sejam impressas ou digitais, para que se debate determinado tema, assunto, conteúdo escolar, favorecendo o debate de ideias.
Para quem desejar colocar esta ideia em prática, recomendo assistir primeiro ao filme O GRANDE DESAFIO (vide link para vídeo e resenha, logo abaixo), inspirado em fato real de professor que ensina seus alunos a debaterem entre eles e depois participarem de grandes debates com outras universidades dos EUA. Vale a pena. É motivador!
O GRANDE DESAFIO - CINEMA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
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Cara Paula Ugalde, tenho seguido você pela rede social Facebook e suas postagens são ótimas e agregam, mas vou falar sobre este artigo especificamente, o texto tem densidade, os vídeos são interessantes e fortes, mas na rede parece que que há uma blindagem ao conhecimento, este meio de comunicação é novo e a sede de expôr e se expôr não deixa qualquer discussão fluir de forma isenta, parece que as pessoas não estão interessadas, ha uns três meses, minha companheira (Karin Gonzalez) e minha irmã (maria Meneses) vimos discutindo este filme, "O Grande Desafio" e reparamos que em nossas escolas de nível médio não tem nada parecido, ou seja assistir ao filme vira apenas informação, nas Universidades Públicas tem-se alguma iniciativa por um ou outro mestre, no entanto sua indicações neste artigo são de excelente valia para despertar a lateralidade de pensamento de forma metódica, acho que seu artigo pode ser uma chave, obrigado, abraço.
ResponderExcluirCaro Esmael, ainda que nosso universidades e escolas, enquanto instituições, não tenham algo parecido como é mostrado no vídeo em questão, conheço diversos educadores que fazem o diferencial mesmo que de forma individual, e é importante mostrar estas práticas, sejam através de filmes ou motivarmos a estes educadores de mostrarem seu trabalho via blogs, redes social, na própria escola, pois muitas vezes ficam tudo restrito ás 4 paredes de uma sala de aula. nem memso seus colegas conhecem estas práticas. Um abraço, Zé Roig.
ExcluirCréditos a José Antonio Klaes Roig, autor que postou a matéria, sorry rsrsrsrs
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