sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

2 + 2 = 22 (Matemática alternativa, a escola sem criticidade e a arte que imita a realidade)




O vídeo acima Matemática alternativa, foi indicação via Facebook do amigo Fernando Luis, músico e poeta de Rio Grande, Rio Grande do Sul Brasil.
Uma distopia que retrata uma semana na vida de uma professora de uma escola que ao explicar a resposta correta de uma prova a um aluno vê sua vida a cada dia mais conflituosa. A grande ironia e sacada do curta-metragem, chamado Matemática alternativa, é de escolher uma ciência exata (matemática) para mostrar o absurda da situação. Naquele momento 2 + 2 equivale a 22 e não mais tendo como resultado o valor de 4. Assim tem sido grandes e falsas polêmicas envolvendo as redes sociais, sejam digitais ou não. Pessoas que não aceitam o óbvio e contestam a ciência em prol de uma crença, superstição ou até desinformação, também chamada de Fake News.
Cada vez mais o papel do professor em sala de aula e sua autonomia têm sido contestados por pessoas que querem impor sua visão de mundo aos demais. Cada vez mais os professores têm sido escolhidos como alvos de suposta doutrinação política, muitas vezes tais acusações infundadas são feitas por doutrinadores religiosos midiáticos com mandato eletivo, o que chega a ser irônico a trágico ao mesmo tempo, já que nenhum professor tenta impedir, cercear, delimitar ou determinar o que algum religioso (seja qual for a fé) deva dizer em seu templo.
E o mais irônico disso é que muitos que acusam os professores de doutrinação política na sala de aula, são de fato doutrinadores religiosos e políticos com mandato fruto dessa doutrinação, que avança além do templo, sobre rádios, TVs e jornais. E ninguém tenta cercear essa atuação...
A liberdade de credo e de cátedra (do professor ter autonomia em sala de aula) devem ser respeitados. Não se deve cercear o pensamento crítico, ético, filosófico de ninguém. Nem criar falácias e falsas polêmicas para obter dividendos políticos etc.
O vídeo em questão é daquelas coisas que justamente por parecerem absurdas, são ao mesmo tempo o reflexo do que a sociedade assiste, em partir de forma incrédula, noutra, de forma crédula demais... Nem 8 nem 80. Mas que 2 + 2 são 4 e que o final do curta-metragem é genial isso não há como negar.
Educar nada tem de doutrinária como alguns paranóicos tentam fazer crer. Educar é justamente permitir o senso crítico que impeça a manipulação de dados e fatos, que emancipe a aluno para que faça suas escolhas, que saiba pesquisar e estabelecer conexões entre o real e o imaginário.
Uma escola sem criticidade é um ambiente que só interessa justamente àqueles que desejam doutrinar as pessoas com suas discutíveis verdades, suposições, superstições...

Em tempo: No dia seguinte a esta postagem, encontrei no Facebook uma inacreditável notícia (vejam link abaixo) sobre a professora Diana Tirado, da Flórida, EUA, que foi demitida por não dar positiva a quem não fez os trabalhos. Notícia em que a arte imita a realidade ou vice-versa. De quando o inacreditável toma conta da sociedade. Quando a sociedade real parece se tornar uma distopia (que é uma representação ficcional, antítese da utopia, aquele lugar perfeito). De acordo com a Wikipedia: Na distopia "A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja por parte do estado, seja de instituições ou mesmo de corporações". E estamos vendo como o uso dos metadados registrados nos aparelhos eletrônicos como fones celulares, smartphones, smarTVs, tablets, etc podem ser nossa anilha digital, registrando tudo que fazemos e dizemos. A história da professora Diana Tirado parece distópica mas segundo o link abaixo, é bem real e se tornou até viral na internet:

Professora demitida por dar zero a alunos que não entregaram a lição de casa – agora, sua nota de despedida está se tornando viral

A seguir, vídeo reportagem sobre a situação (ativem legendas e tradução, nos ícones no canto inferior direito da janela de exibição):



Observação: Recentemente recebi via Twitter, link para uma notícia sobre um fato real que imita a ficção, sobre "Professor nos EUA que foi demitido após queixa de alunos sobre dificuldade das aulas", e que indico link abaixo para a íntegra da reportagem que ecoa muito em relação ao curta MATEMÁTICA ALTERNATIVA.

PROFESSOR É DEMITIDO APÓS QUEIXA DE ALUNOS SOBRE DIFICULDADE DAS AULAS

Estamos criando uma mateática alternativa dentrod e uma sociedade alternativa que não consegue lidar com os problemas e que cria novos, justamente por isso? Estamos criando pessoas que não sabem resolver problemas e criam problemas para os demais? A pandemia favoreceu problemas de aprendizagem, sabemos disso, mas já está na hora de "virar a chave" e começar a encarar a pós-pandemia de uma forma mais madura e sem paternalismo, seja de pais ou de professores, da família e da escola. Salvo os que tiveram sequelas, os demais precisam começar a encarar esse novo mundo, novos desafios e pensar novas possibilidades de interação no retrno às aulas presenciais. Toda a crítica deverá sempre ser antecidada de uma autocrítica, digo isso faz tempos e continuo afirmando isso.

3 comentários:

  1. Olha só isso: https://sensoincomum.org/2021/02/16/matematica-reforca-supremacismo-branco-dizem-especialistas/

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  2. Desculpe-me, caro visitante, mas qualquer material produzido pelo Brasil Paralelo, não dá pra ser levado a sério, por ser um veículo de extrema direita e de desinformação. Grato pela visita e comentário.

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  3. Critica a falta e visão e dispara uma resposta dessas? Rsrsrs. Ou seja, só há lugar para o seu pensamento... Parabéns pelo blog.

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