quinta-feira, 9 de abril de 2020
"Para toda a problemática eu tenho uma solucionática": soluções de informática educativa em tempos de confinamento/isolamento social
O vídeo acima, trata-se de entrevista do famoso jogador de futebol dos anos 1970, Dadá Maravilha, multicampeão por onde passou, principalmente pelo SC Internacional, Clube Atlético Mineiro e Seleção Brasileira de Futebol. Dario, Rei Dadá, Dadá Maravilha ou simplesmente Dadá era um goleador nada, mas com consciência das limitações técnicas. Não tinha a elegância de um Zico, Sócrates ou Falcão. Mas poucos como ele dentro da grande área fez tantos gols. Era oportunista no sentido esportivo, de estar sempre bem colocado, de saber se movimentar pelo capo, de ler o jogo.
Dadá ficou famoso, dentro e fora dos gramados, principalmente pelo seu imenso carisma, simpatia e pelas frases de efeitos que criava a cada entrevista. Numa dela disse que além de Dadá Maravilha, somente helicóptero e beija-flor paravam no ar, numa alusão a sua incrível impulsão pro cabeceio, quase sempre certeiro e gooooool. Foi uma lenda viva do futebol, naqueles tempos românticos, sem chuteiras coloridas, cortes de cabelos estilosos, tatuagens, direito de imagem, salários milionários, transferências para o exterior, ser tratado como popstar.
Todavia, Dadá soube brilhar por sua presença de espírito e bom humor, como no caso do título dessa postagem, extraído de uma dessas divertidas entrevistas: "PARA TODA A PROBLEMÁTICA EU TENHO UMA SOLUCIONÁTICA". Eram os anos 1970 e na TV havia uma outra personagem, dessa feita, ficcional, chamada ODORICO PARAGUASSU, da telenovela O BEM AMADO, do genial Dias Gomes (vide a seguir vídeo com algumas cenas e falas da personagem fictícia e comparem com a da figura real do futebol brasileiro).
Na referida telenovela, um prefeito de cidade do interior da Bahia criava diversas palavras, num neologismo hilário, crítico, político, em tempos de Censura Federal em tempos de regime autoritário, que lembra a famosa frase do Rei Dadá.
Discursos e neologismos, realidade e ficção à parte, cabe usar estas frase de efeito, num contexto de pandemia global, isolamento social e formas de adaptação a novas formas de interação, seja escolar, profissional e/ou social.
De fato, "Para toda a problemática terá de fato uma solucionática"? Problemáticas temos várias, "solucionáticas" nem tanto. A informática para uns é a nova varinha mágica que tudo resolve, para outros, sem o conhecimento básico, parece o desmontar de uma bomba-relógio prestes a explodir! Nem 8 nem 80... Mexer com informática não é tão complexo como decifrar um enigma grego, lá da Esfinge: "Decifra-me ou te devoro!" Também não é lâmpada mágica de um gênio com direito a três pedidos a serem realizados no simples estalar de dedos.
Como professor e blogueiro educacional, trouxe estes dois vídeos acima pra uma provocação e reflexão, justamente sobre PROBLEMÁTICAS & SOLUCIONÁTICAS EM TEMPOS DE CRISE, não apenas de saúde pública, mas de governança, de crise ética e moral, econômica e social.
Por PROBLEMÁTICA, atualmente, podemos pensar a educação virtual em tempos de isolamento social.
Por SOLUCIONÁTICA, podemos pensar em formas adequadas, simples e eficientes, de resolver questões de educação sem a presencialidade, em um tempo de excepcionalidade.
Há que se, primeiro, analisar a problemática antes de imaginar "solucionáticas". Analisar o problema é essencial para planejamento de possibilidades de uso de tecnologias com fins didáticos, de formação, de ensino e aprendizagem. Nem tudo que pode funcionar no modelo presencial, inclusive, as TIC - tecnologias da informação e da comunicação, efetivamente funcionará no modelo à distância e por um tempo ainda indeterminado. O próprio planejamento precisa pensar em práticas variadas, numa escala de tempo reduzido. Não há, de forma alguma, querer transpor o modelo de aula presencial de 50 minutos para o meio virtual e em EAD. Seria uma problemática criando mais problemas, seja da falta de acesso e conexão ideal de toda a turma, seja capacitação do professor para uma metodologia jamais utilizada nesse grau de tempo integral em nenhum tempo e espaço desse planeta.
Tudo é muito recente nesse Admirável Mundo Novo das TIC, mídias e redes sociais digitais que passaram a ser usadas de forma generalizada pela educação. Cada um explorando possibilidades, alguns de forma improvisada, outros trocando ideias, implementando projetos, outros valendo-se de plataformas que, por melhor que sejam, não foram pensadas nem desenhadas para absorver uma demanda ampla nem totalizante. Nenhum site, plataforma e sistema consegue dar conta de uma demanda dessa monta, assim de supetão. Seria como liberar o trânsito das ruas e estradas para todo mundo ao mesmo tempo. Haverá gargalos naturais, sobrecarga de sistemas e lentidão de conexão, pois é impossível de, da noite para o dia, encaixar um quadrado dentro de um círculo.
A melhor solucionática é não criar mais problemas para a própria problemática. A melhor problemática é adaptar-se às possíveis soluções de forma simples, gradual e planejada com todo cuidado para não sobrecarregar, não apenas o sistema digital mas o sistema imunológico do paciente, que poderá ser o gestor, o educador, o educando, a família e a própria sociedade. Muita calma nessa hora., pois não existem soluções mágicas nem problemas que não possam ser resolvidos com organização, troca de experiências, planejamento e criatividade.
Para ampliar a reflexão, seguem algumas "Lives" que fiz com alguns colegas, chamados de professores jurássicos, que como eu, estão trabalhando com tecnologia na educação, que são blogueiros educacionais há décadas, formadores de professores ou já foram, e que sabem que o BURACO ELETRÔNICO é bem mais embaixo, mas que é possível pensar além da caixinha, eletrônica ou não.
"Isto não é uma escola": Do surrealismo de Magritte 3.0 ao imediatismo da Educação Digital em tempos de isolamento social (brevíssima reflexão)
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Educação em Tempos de Crise: "Live" entre o "Professor Digital" José Carlos Antonio (SP) e "O Urbanauta" José Antonio Roig (RS)
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