sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Nova Fragrância (entre a essência e a aparência, entre o natural e o efeito Photoshop)



O vídeo acima Nouveau Parfum (Nova Fragrância ou Novo Perfume), descobri nas redes sociais e é um interessante videoclipe da artista húngara Boggie que nos faz refletir de forma didática, prática, artística, filosófica e social para as diferenças entre a aparência e a essência das pessoas.
Um um mundo que a tecnologia cada vez é utilizada nas mais diversas atividades do cotidiano, manipulando imagens, vídeos, dados, já não sabemos mais, quando estamos online o que de fato é real ou falso e precisamos cada vez mais exercer o senso crítico, a pesquisa e a comprovação de algo que repassamos como educadores, sejamos pais e/ou professores.
Vivemos a cultura do TER mais do que do SER, do parecer belo, atraente mais do que de fato ser simplesmente gente. Basta ver no Facebook as fotos que são postadas, sempre em locais paradisíacos, no ângulo que melhor favorece o autor.
Muitos vídeos mostram, coo no clipe, essas transformações, seja na questão estética, com a utilização de corte de cabelo, maquiagem, seja nos efeitos digitais de falso emagrecimento, e embelezamento artificial, o chamado "efeito Photoshop", que elimina rugas, alonga o rosto e o corpo, muda o tom da pele, a cor dos olhos e cabelos, e apaga outras "imperfeições", tornando outro ser, bem diferente do original.
Um vídeo instrutivo e didático para falar de educação também, pois muitas vezes certos programas e projetos visam apenas maquiar dados reais, dando a falsa impressão de uma beleza e originalidade que não possuem, escondendo as imperfeições, ampliando dados ainda em experimentação, como se já fossem resultados conclusivos e por ai vai...
O problema do "efeito Photoshop" na educação é o de disfarçar o real, tornando-o mera cópia artificial da realidade, e justamente por não ter a devida autenticidade, não causa a devida identidade entre os atores sociais (alunos, pais, professores e funcionários) de uma comunidade...
O Educa Tube Brasil sempre reitera a necessidade de valorizarmos projetos e atividades educacionais que tenham também foco social e que sejam de simples execução e manutenção, pois projetos grandiosos e mirabolantes servem para aparecer com certo destaque na mídia uma vez, e depois nunca mais, pois não tem continuidade.
Há que se inverter a lógica de que projetos individuais acabem sendo maquiados como da escola, quando na verdade são de apenas abnegados, dedicados educadores que às vezes - paradoxalmente - são conhecidos e reconhecidos mundo afora, menos na própria escola, ou que ficam restritos apenas à sala de aula. Nesse ponto, as mídias e TIC na educação servem para divulgar e qualificar a produção escolar, levando seu conhecimento e reconhecimento além dos muros da escola, seja em um simples blog, um site ou reportagem.
Há que sempre se destacar a fragrância natural das pessoas e instituições, e de suas ações em que a tecnologia sirva como uma aliado e não um efeito de maquiagem de dados e fatos... Educar é estabelecer um diálogo entre o aluno e o professor, a escola e a comunidade, e vai muito além do "efeito Photoshop"...

2 comentários:

  1. Excelente! E de certa forma assustador....Abraços

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    1. É, de certa forma, assustador mesmo, Elenara. Já vivemos uma época que a tecnologia se assemelha ao filme Matrix, em que já não distinguimos bem o real do falso no mundo virtual. Cada vez mais o senso crítico se faz necessário, e cada vez mais as pessoas estão perdendo essa criticidade, trocando a análise de fatos, que deve ser feita por sólida pesquisa, apenas por um curtir e repassar sem maiores cuidados... Mundo FakeBook, digamos... Um abraço...

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