terça-feira, 1 de abril de 2014

Vaga-lumes e uma ideia luminosa: a inclusão e o outro lado da educação



O vídeo acima The Other Side(Fireflies)/ O Outro Lado (Vaga-lumes), da banda New Heights (Novas Alturas), descobri por acaso no You Tube, e trata-se de edição de videoclipe, feita por Skipper Williams, para o Projeto Jubileu para Consciência do Autismo, a partir da referida canção, parecendo um curta-metragem.
O vídeo sobre o qual foi inserida a canção, ainda não consegui descobrir na internet a versão original, mas conta a história de um menino que se muda para um novo bairro e inicia amizade com uma menina, sua vizinha, que o presenteia com seu brinquedo preferido: um uso branco de pelúcia.
O menino nada entende daquela curiosa "Boas Vindas", mas passa a observar a menina do outro lado da rua, já que as janelas de seus quartos ficam frente a frente...
Peter e Annie se comunicam através de escrita em folhas de papel (que remete ao curta Signs, Sinais). Um diálogo divertido e silencioso se instaura entre os dois amigos. Ele gosta de História, ela acha Matemática mais fácil. Ele gosta de aranhas por causa do Homem-Aranha; ela, de vaga-lumes, pois acredita que "eles enviam mensagens secretas uns aos outros". Algo que será essencial para entender ao final este belo clipe. Ambos gostam de um tipo de bala, mas Annie faz a ressalva: "apenas as vermelhas". Bom material para refletir sobre as coisas que temos em comum e nossas diferenças com as outras pessoas...
Peter tenta aproximação, visitando Annie em sua casa, tentando levar um presente: uma flor e um vidro cheio de balas vermelhas, as preferidas de sua nova amiga. Annie foge e a mãe chega para dizer a Peter que a menina tem autismo e que "ela tem dificuldade de falar com as pessoas cara a cara", frente a frente.
Diante do desconhecimento do que é autismo, o menino vai pro Google pesquisar o que significa. Autismo, segundo a Wikipédia: "é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), do inglês pervasive developmental disorder (PDD). Entretanto, neste contexto, a tradução correta de "pervasive" é "abrangente" ou "global", e não "penetrante" ou "invasivo". Mais recentemente cunhou-se o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação".
Segundo dados: "Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. Atualmente já há a possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos. Certos adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional. Porém, os problemas de comunicação e socialização causam, frequentemente, dificuldades em muitas áreas da vida. Adultos com autismo continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral na sua luta para uma vida independente. Pais de autistas devem procurar programas para jovens adultos autistas bem antes dos seus filhos terminarem a escola".
Diante da situação, Peter, no dia seguinte, deixa outro presente para Annie à frente da porta de sua casa. Um manual de Código Morse para crianças, que é justamente uma linguagem a partir de sinais sonoros ou de luz, e junto a este um bilhete dizendo: "Para as nossas mensagens secretas".
Dito e feito, às noites, como dois vaga-lumes iluminando a escuridão, os dois amigos passam a trocar suas mensagens em uma nova linguagem de inclusão, um no mundo do outro. Existem muitas linguagens e sinais. A linguagem de sinais, normalmente, é pensada na questão da surdez, mas no caso do vídeo acima, trata de uma linguagem universal, utilizando sinais de luz, uma ideia luminosa, que poderá acontecer não apenas na ficção, mas na realidade...
Muito do sucesso de uma amizade e de uma atividade envolvendo pais e filhos, professores e alunos é fruto das diferentes linguagens que se usa para promover a interação de um no mundo do outro. E as TIC, mídias e redes sociais proporcionam diversas possibilidades de comunicação e interação.
Nossas diferenças são muitas, mas podemos, através da arte, da cultura, do espírito solidário e da educação, diminuir as barreiras entre as pessoas, quando procuramos entender e aceitar o outro como alguém diferente e não deficiente. Alguém que possui uma necessidade e que pode ser superada quando buscamos outras formas de comunicação, como fez o menino, neste belo vídeo.
Abaixo, clipe com a canção The Other Side, em sua versão integral:



A seguir, link para a tradução da referida canção:

The other side (Fireflies) - New Heights

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