terça-feira, 26 de abril de 2016
Corrida de Obstáculos: Propaganda para profundo exercício de alteridade e de humanidade
O vídeo acima The Obstacle Course (Corrida de Obstáculos), descobri na rede social e trata-se de tocante comercial e profundo exercício de alteridade e de humanidade, que nos faz experimentar o que passam pessoas discriminadas, agredidas e marginalizadas por conta de sua orientação sexual (LGTB). E que serve também para a pensar em qualquer tipo de discriminação, seja racial, religiosa, social, política etc.
Quem nãos e sentiu pelo menos uma vez excluído ou marginalizado na vida, que atire a primeira pedra. SE já passou por isso, ainda que de forma sutil, se identificará com o protagonista do vídeo, que é criação da agência de publicidade TBWA de Paris para a Inter-LGBT.
Conforme o portal Blue Bus: "O comercial começa com o bullying na escola, e conforme o tempo passa, a intimidação muda de figura, mas está sempre presente – você é alvo de piadas, de olhadores incriminadores, de violência física, de violência psicológica, é o motivo da raiva do seu pai e das lágrimas da sua mãe. Um pesadelo constante ao qual você precisa sobreviver praticamente sozinho. Para Angela Natividad, que fala sobre o filme na Adweek, quem olha de fora pode pensar que a luta por igualdade para as lésbicas, os gays, os bissexuais e os transexuais já está bem encaminhada, mas 'muitas das batalhas que ainda precisam ser vencidas são traiçoeiras e difíceis de ver'. 'Até que a sociedade progrida, nós continuaremos seguindo em frente'", finaliza referido o vídeo.
Recentemente, eu e meu filho passamos por um experimento social que foi assistir a um jogo de futebol na torcida do time arquirrival, como se fosse torcedor do mesmo, sem poder demonstrar alguma emoção além da esperada pela torcida azul (Grêmio), sendo os dois vermelhos (Internacional), ambos os clubes de Porto Alegre (RS), Brasil. Assistimos ao jogo no meio da torcida adversária, acompanhando uma prima gremista para conhecermos o estádio e ficamos "belos, recatados e do lar", sem poder nos manifestar, sob risco de sermos hostilizados. Se fosse o contrário, e a prima azul fosse ao estádio vermelho, aconteceria a mesma situação. Rivalidades esportivas e clubísticas à parte, a sensação de medo de cometer uma gafe e torcer pro time visitante fez nos policiarmos constantemente, sentindo uma pressão adicional e estressante. Algo que deu pra conversar com meu filho justamente sobre a situação que é o racismo, o preconceito, a discriminação política, religiosa e social contra minorias representativas. Naquele dia eu e ele éramos a minoria em um grande estádio de futebol, denominado de Arena, e ficamos com grande receio de sermos jogados aos leões, caso por algum deslize mostrássemos a nossa alma verdadeira e vermelha. Não pretendemos repetir esse experimento mais. :-)
Mas como educadores, sejamos pais e/ou professores, precisamos evitar estimular a criação desses obstáculos na vida de nossos filhos e alunos, refletindo sobre a condição e a dignidade humanas, sobre o sentido da alteridade, do colocar-se no lugar do outro, que é também um ser humano como nós e que não deve ser rotulado nem tratado por conta de suas orientações, sejam quais elas forem...
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