domingo, 19 de julho de 2020

"Transformamos para descartar": crônica sobre o cotidiano de coisas e gentes promovendo o autoconhecimento por meio da autocrítica



Linda reflexão sobre valor do original e sua versão. Texto "Transformar para descartar" de Jonathan Araújo (@ojonathanaraujo) na voz de Viviane Rolemberg (@reviravivi).

Publicado por José Antonio Klaes Roig em Sábado, 18 de julho de 2020


O vídeo acima, cujo título é "Transformamos para descartar", de autoria de Jonathan Araújo, advogado criminalista e escritos de Salvador, Bahia, Brasil, descobri no Twitter e trata-se de bela reflexão sobre as receitas de bem viver, entre a versão e a original, com a bela e comovente interpretação de Viviane Rolemberg, que é comunicadora, locutora, contadora de histórias, apresentadora e mestre de cerimônia, de Recife, Pernambuco, Brasil.
"Transformamos para descartar" me proporcionou, como escritor, poeta e educador, múltiplas sensações e imagens poético-filosóficas. Primeiro, da encantadora contação de histórias de Viviane, dando vida ao texto, o que para um escritor é uma sensação única e provavelmente para Jonathan tenha sido. Segundo, que uma história aparentemente simples, sobre esses encontros e desencontros da vida, a partir de um fato pitoresco (a quantidade de goiabada em um sequilho), um diálogo entre pessoas no cotidiano, por conta de um fato prosaico: um doce nem tão doce assim, e a doçura além da conta em seguida, quando alguém tenta agradar ao outro. Por fim, a outra história por trás da história, que é a mensagem que o texto e a interpretação trazem: da defesa da autenticidade, da valorização das coisas simples da vida, da originalidade das coisas e gentes, do respeito ao indivíduo, do convívio em sociedade, da reflexão sobre o que vemos ao redor e, mais que tudo, sobre o AUTOCONHECIMENTO que essas pequenas expedições ao mundo real nos proporcionam, por meio também de uma AUTOCRÍTICA.
Estão de parabéns Jonathan, autor dessa crônica que nada deve às de Rubem Braga, Fernando Sabino e outros mestres desse gênero narrativo, e Viviane, que emprestou corpo e voz, dando vida ao que é narrado, sim, corpo, pois além da voz com perfeita dicção, entonação, sonoridade, melodia, harmonia, há a linguagem corporal, de caras, bocas, mãos que falam junto, conduzindo o ouvinte pelos labirintos da emoção, como faz o narrador ao leitor.
Ao ouvir a crônica "TRANSFORMAMOS PARA DESCARTAR", um filme passou em minha mente, lembrando de pessoas e personagens, cenas da vida real e dos filmes que já assisti, como "Sociedade dos Poetas Mortos" em que um pai autoritário impõe sua profissão ao filho que deseja ser ator, influenciado por seu professor de Literatura; "Escritores da Liberdade", em que a professora estimula seus alunos a relatarem seu cotidiano através de um Diário, semelhante a de Anne Frank; recordei daqueles relacionamentos amorosos ou amizades que não prosperam pois, como numa gangorra, um lado quer controlar o brincar, mas a vida é mais que um jogo.
Lembrei de professores rigorosos, que exigem de seus alunos iniciantes o mesmo conhecimento que os mestres adquiriram por décadas; mas que não possuem a autocrítica para ver que, quando estão em atividades de formação, como cursistas, parecem com seus alunos, conversando, chegando atrasado, dando mil desculpas, com a diferença que não são mais jovens ou adolescentes como seus alunos.
Diferentemente das coisas, que podem ser recicladas e transformadas; pessoas se transformam pelo autoconhecimento que vão adquirindo, e como bem destacada Jonathan: aqueles que se submetem às vontades e caprichos alheios, normalmente, deixam de ser o que são para ser uma personagem do outro, perdem sua autenticidade e acabam sendo descartados mais adiante, como aquele brinquedo que perdeu a graça e a novidade. Não somos peças, tipo Lego, de montar, nem tampouco "Transformers", que ora é carro, avião, caminhão e depois robô. Relacionamentos robotizados não prosperam, ou quando muito são substituídos por outros seres autômatos, que parecem ter uma IA - Inteligência artificial, sendo comandados à distância por algoritmos criados por terceiros.
Eis algumas considerações e reflexões que o texto de Jonathan e a interpretação de Viviane me proporcionaram e que resolvi compartilhar com os seguidores e visitantes deste blog educacional.
Toda crítica deveria ser precedida por uma autocrítica; todo conhecimento se ampliar diante do autoconhecimento.
Abaixo, indico o texto na íntegra, postado por Jonathan Araújo em seu Instagram e que fiz dois print's para postar neste blog educacional, mediante autorização do mesmo:





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