sexta-feira, 15 de julho de 2016

"Pequenos Filmes": curta-metragem feito por alunos (jovens cineastas) a partir de seus fones celulares


"LITTLE FILMS" des del meu Móbil --- "LITTLE FILMS" desde mi móvil from JAUME MARTIN on Vimeo.


O vídeo acima “LITTLE FILMS” desde mi móvil (Pequenos Filmes desde o meu celular), recebi por e-mail do professor Jaume Martín, da Escola Sant Josep Oriol, de Barcelona, Catalunha, Espanha.
Mais uma grata surpresa para este editor deste blog educacional, pois tinha descoberta através das redes sociais outro trabalho do professor Jaume e de seus alunos, chamado Valores da Escola, que deixo link para outra postagem que fiz neste blog, ao final desta matéria.
Little Films (falado em catalão, mas com legendas em espanhol) inicia com apresentação dos jovens cineastas, mostrando o que se faz necessário para criação de pequenos vídeos, como: um guia, atores, efeitos especiais (divertida cena com duas meninas simulando a chuva com guarda-chuva e um regador de plantas), "storyboard", trabalho em grupo, mensagem, "alma tecnológica" (termo interessantíssimo, pela simbologia), câmera e um plano de sequência.
Eis algumas regras básicas que não regem apenas o cinema, mas deveria servir de referencial à própria educação, na questão de que todo educador deve pensar estes elementos cinematográficos aliados aos pedagógicos, ou seja: o professor é o guia ou diretor, os alunos os atores, efeitos especiais são todos os recursos tecnológicos e metodológicos que podem ser usado no fazer pedagógico (mídia impressa ou digital, etc), "storyboard" ou roteiro a ser pensado na condução de sua didática, o trabalho em equipe, seja com outros educadores e suas turmas ou com seu alunado, mensagem é o conteúdo a ser ministrado em sala de aula ou saídas de campo, câmera para documentar a prática escolar, plano sequencial que o próprio plano de aula do professor e, por fim, essa "alma tecnológica" que é significante no sentido que todo tipo de tecnologia, seja giz e quadro, livro, rádio, TV, internet, etc deva ter um sentido vinculado aquele saber a ser ministrado e não apenas um "verniz" de modernidade, uma simulação de inovação...
Em "Little Films", os alunos utilizam um telefone móvel e um suporte para selfie, com o objetivo de criar um vídeo para ensinar inglês a outros alunos, valendo-se do próprio espaço escolar para as tomadas, sequências e tudo mais. Depois de breve introdução, começa as cenas de dramatização de uma história, com estes alunos caracterizados com roupas e falando em inglês com legendas. Além de belíssima trilha sonora com canções dos Beatles ao fundo.
Unir cinema e educação é algo que permite a socialização de alunos, estimulando a autoria, a independência, o trabalho em grupo, a iniciativa, além da simples memorização de conteúdos de forma tradicional. A associação da teoria com a prática fica mais evidenciada em ações que utilizam-se da arte e da cultura em seu fazer pedagógico.
Como comenta uma das jovens cineastas e aluna da Escola Sant Josep Oriol: manipular um fone celular é mais simples para eles do que uma câmera. Até pelo fato que a maioria dos jovens usam atualmente mais telefones que qualquer outro equipamento. A TV passou a ser apenas um monitor para jogos, sites de filmes, rodar filmes em DVD e blu-ray. Um smartphone congrega em si TV, rádio, câmera, central de jogos, redes sociais e tudo mais.
Como tenho destacado em minhas visitas às escolas públicas, aqui da região sul do Brasil, se o maquinário traz em si os conceitos de mobilidade, portabilidade, convergência, os usuários (professores e alunos) precisam buscar em si e em ações com tais equipamentos a mobilidade de ações e a convergência das pessoas, mais do que das máquinas. Pois, novas tecnologias requerem igualmente novas metodologias.
Como em Valores da Escola, Little Films une o curta-metragem ao documentário, a partir de cenas curtas e reflexões sobre o próprio fazer cinematográfico na educação, e isso, por si só, já é relevante, criativo e original. Um exercício de metalinguagem. E de autorreflexão, como faz outra aluna, ao dizer que o telefone móvel não serve apenas para fotografar e acessar redes sociais, mas que pode ser usado para fazer um filme como este; ou seja, permite a colaboração entre professor e aluno e a coautoria entre todos os envolvidos na elaboração da ideia, no desenvolvimento e na edição final.
Parabéns aos alunos do 6º ano da Escola Sant Josep Oriol e ao professor Jaume Martín pela produção e divulgação deste valioso material na internet, e à referida escola, proporcionando que outros professores mundo afora se inspirem nesse exemplo de união do cinema com a educação.
O papel social do professor é esse de transformador, não apenas do conteúdo programático em formato criativo e inovador, mas de transformador do próprio alunado, permitindo que este se torne ator protagonista e não mero coadjuvante do processo de ensino-aprendizagem, que atue também como coautor com o seu professor, produzindo ambos material audiovisual relevante não apenas para a escola, mas para a comunidade. E como dizia Tolstói: "Queres ser universal, canta a tua aldeia".

Abaixo, link para postagem sobre outro vídeo da Escola:

Valores da Escola: Criativo curta-metragem realizado por alunos de escola primária de Barcelona

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