terça-feira, 2 de agosto de 2016
iFigurantes e a Arte na Educação: "Eu preciso ser só humano para fazer arte"
O vídeo acima iFigurantes, descobri via Facebook da colega Joselma Noal, educadora de Rio Grande (RS), Brasil e trata-se de criativo projeto do IFSul, apresentado pelo colega e amigo Giliard Àvila Barbosa, professor do câmpus Camaquã (RS), Brasil que responde a #5PerguntasSobre como fazer uma atividade artística na educação!
Giliardi, que é um dedicado e apaixonado profissional da educação, responde dúvidas de quem pretende #fazerarte, mas não sabe por onde começar.
São dicas importantes para unir arte e educação e como ele bem destaca: "Eu preciso ser só humano para fazer arte". E é justamente isso que o educador do século XXI precisa dar vazão em seu fazer pedagógico: sua humanidade, sensibilidade, sua bagagem sentimental de livros, filmes, músicas e toda a manifestação artística e cultural que serviu de inspiração para chegar onde chegou, promovendo esse diálogo entre gerações com seu alunado. Descobrir com eles seus gostos também, fazer pequenas expedições a esse imaginário e daí estabelecer as estratégias que unam teoria à prática.
Educadores são humanos que não perderam a humanidade, que acreditam que seu papel social é relevante na construção de um futuro melhor, servindo de inspiração ao aluno e se inspirando em seu alunado para estabelecer essa comunicação, em que a arte e a cultura são uma linguagem universal e atemporal.
Fazendo link da frase de Giliardi com o teatro shakespeareano, que o crítico Harold Bllom considera "A Invenção do Humano", lembro de texto do mestre Machado de Assis, quando declara em crônica de 26 de abril de 1896, dedicada aos 450 anos de nascimento do genial William Shakespeare, comemorados em 23 de abril, que “Terminaram as festas de Shakespeare... [...] Um dia, quando já não houver império britânico nem república norte-americana, haverá Shakespeare; quando se não falar inglês, falar-se-á Shakespeare. Que valerão então todas as atuais discórdias? O mesmo que as dos gregos, que deixaram Homero e os trágicos. [...] Que valem todas as expedições de Dongola e do Transvaal [campanhas militares britânicas no Sudão e na África do Sul] contra os combates do Ricardo III? Que vale a caixa egípcia ao pé dos três mil ducados de Shylock? O próprio Egito, ainda que os ingleses cheguem a possuí-lo, que pode valer ao pé do Egito da adorável Cleópatra? Terminaram as festas da alma humana”. Uma homenagem àquele que nos legou arquétipos universais, que convivem em nosso cotidiano, quando imitamos a arte e a arte imita à vida.
Um dia, quando não houverem mais as tecnologias da informação e da comunicação que utilizamos atualmente, existirá a necessidade da educação e do educador, pois nem tudo se pode fazer de forma autodidata, pois as tecnologias novas requerem novas metodologias também de sua utilização em contextos de ensino e aprendizagem. O que difere um bom professor e uma super máquina é a imaginação, pois ainda que a Inteligência Artificial tente simular a mente humana, sempre será uma boa simulação, pois a imaginação é decorrente da vivência e de nossa humanidade, aprendendo com erros e acertos. Máquinas partem do princípio do não erro. Humanos precisam aprender com os erros sempre, caindo e levantando e seguindo em frente...
Um dia, quando não existirem mais essas tecnologias, ainda existirá a necessidade de aprendermos uns com os outros... E a arte e a cultura continuarão a ser essa linguagem universal e atemporal.
A arte na educação e a arte da educação. A boa educação é uma arte que assim deve ser encarada pelo educador do século XXI, que de certa forma precisa ser um arte educador e um mídia educador, inserindo justamente arte, as TIC, mídias e redes sociais em seu fazer pedagógico, diante de uma geração audiovisual que utiliza todos esses recursos de forma recreativa e criativa em seu contexto social, mas que, às vezes, em alguns contextos educacionais tem seu acesso negado ou utilizado de forma mais recreativa do que pedagógica.
O projeto iFigurantes é um exemplo desses que o Educa Tube Brasil sempre destaca, de iniciativas que por conta de sua simplicidade, permite a continuidade, pois a arte e a cultura fazem parte da própria sociedade. De humanos que não perderam a humanidade, justamente por causa da arte e da educação...
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