terça-feira, 9 de agosto de 2016

O poeta e cantor Bob Dylan dialoga com Watson IBM (a plataforma cognitiva) que lembra HAL de 2001: Uma odisseia no espaço




O vídeo acima Bob Dylan e IBM Watson em: Aprimorando a linguagem, encontrei no Twitter, e é um material fascinante para discutir as relações entre inteligência humana e a artificial.
Conforme apresentação do vídeo: "Ao analisar as músicas de Bob Dylan, o IBM Watson identificou que os principais temas são amor e tempo. E ele também pode ajudar você a repensar os limites da criatividade".
Algo que vem ao encontro do que tenho discutido nas redes sociais, em eventos com educadores e alunos, de que "Precisamos humanizar as máquinas e não robotizar as pessoas", que a criatividade humana é o diferencial, e que quando muito poderá ser imitada pelos robôs, mas nenhuma realidade virtual ou aumentada será um Shakespeare. Mas poderá imitá-lo, copiá-lo, servir como ferramenta de apoio. Humanos podem inventar máquinas, mas máquinas jamais poderão imitar nossa humanidade, salvo numa quase perfeita simulação. Mas a criatividade, a inventividade, a sensibilidade humanas, só passando pela existência humana, com todas as suas contradições, paradoxos e complexidades.
Entretanto, as TIC, mídias e redes sociais estão em processo de transformação e transformando o mundo, aproximando pessoas distantes, distanciando pessoas próximas. É um fenômeno ainda, digamos, na sua segunda infância, e os jovens levam vantagem pois já nasceram, ditos "nativos digitais" e a educação precisará se reinventar, pois o mundo nem o futuro são mais como eram antigamente, parafraseando versos de canção da banda Legião Urbana. Um Admirável Mundo Novo está em construção, e a educação precisa fazer parte deste processo, repensar seu próprio papel e função social.
Neste novo contexto, Watson IBM, que é uma plataforma cognitiva do gigante da informática, foi criado para "Repensar os limites do que é possível" e "projetado para levantar dados em todas as suas formas – incluindo os não estruturados – compreendê-los, raciocinar por meio deles e aprender com eles. De certo modo, o Watson pode pensar. E quando o Watson pensa com você, você pode repensar".
Impossível a este educador, escritor, poeta e cinéfilo não associar Watson e HAL 9000 (vide abaixo), a inteligência artificial no filme "2001: Uma odisseia no espaço", um sofisticado computador de bordo que acompanha o astronauta em sua viagem pelo espaço sideral. HAL, de Stanley Kubrick, inclusive, no filme de 1969, é uma sigla que remete as letras que antecedem a da IBM.



E o mais curioso e paradoxal é que o menestrel Dylan, em seu clássico "Blowin' In The Wind" (Soprando ao vento), que foi o hino de toda uma geração, um hino pacifista, canta o seguinte verso, que serve a diversas interpretações, e continua tremendamente atual num mundo cada vez mais informatizado, que imita a ficção científica e em alguns casos até já a superou: "Quantas estradas um homem precisará andar/ Antes que possam chamá-lo de homem?" (How many roads must a man walk down/ Before you can call him a man?).
E diria hoje: Por quantos caminhos devem as máquinas percorrer para serem chamadas de simulacro da humanidade? Pensando na questão da realidade aumentada e da realidade virtual que cada vez mais nos colocam dentro de uma Matrix, como na ficção do cinema.
A resposta, na própria canção, nos versos mais adiante: "A resposta, meu amigo, está soprando ao vento/ A resposta está soprando ao vento" (The answer, my friend, is blowin' in the wind/ The answer is blowin' in the wind).
Dylan, um poeta que influenciou toda uma geração, que suas músicas foram hinos dessa geração, e que em pleno século XXI, seus versos servem para aprimorar a linguagem de sofisticada máquina. E como sempre digo aos amigos e colegas: "Que a poesia dos dias nunca nos desampare, apesar dos pesares". E Dylan nos prova que isso é possível, em novos contextos para antigos textos e canções.
Para saberem um pouco mais sobre essa ERA COGNITIVA proposta pela IBM, recomendo o link para o Watson, logo abaixo:

WATSON IBM - A ERA COGNITIVA

A seguir, uma relíquia: Bob Dylan cantando "Blowing In The Wind", ao vivo na TV, nos EUA, em março de 1963 e libnk para tradução da canção:



BLOWING IN THE WIND (Letra e Tradução)

Nós educadores, sejamos pais ou professores, cada qual tem sua própria linguagem, independente do idioma, e nossos filhos e alunos, igualmente. Nesse diálogo entre gerações, sejamos mais humanos e menos máquinas, pois até elas estão começando a entender a língua dos poetas. :-)

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