sexta-feira, 8 de março de 2013

Caixas Misteriosas: educação, tecnologia e imaginação





O vídeo acima Caixas Misteriosas, descobri no You Tube e trata-se de palestra de J.J. Abrams, criador da cultuada série "Lost", que mudou o formato e o estilo dos seriados de TV, e que fala sobre o recurso do suspense no cinema e na TV, e sobre a influencia da tecnologia na criatividade, mas que o Educa Tube direciona também para a educação.
Inspirado em suas memórias, principalmente nas tais caixas misteriosas que seu avô o presenteou na infância, J.J. Abrams conta como o mistério é um catalisador da imaginação. De fato, o mistério, a curiosidade (e também o medo), movem a inventividade humana, ora como passatempo, ora como mecanismo de defesa. Muitos dos recursos tecnológicos foram criados a partir destas três emoções. Mais: muito da tecnologia atual é fruto da imaginação, contida da literatura, no cinema e outras manifestações artísticas e culturais. Para os curiosos, sugiro a leitura do livro Da Terra à Lua, de Júlio Verne, que antecipa em um séculos a ida do homem (espécie) ao nosso satélite natural, com incrível precisão de detalhes, como local de partida e retorno, tamanho da cápsula etc. Premonição? Que nada. Verne era ávido leitor de literatura científica também, que refletia em sua arte, e, provavelmente, com base nisso, estipulou o melhor caminho para tal viagem. E assim, como ele, outros autores, como Gene Roddenberry e seu Jornada nas Estrelas, na década de 1960, antecipou o moderno telefone celular (o comunicador entre os tripulantes em Terra e a nave USS Entreprise), a Estação Espacial Internacional (que é a ponte de comando da Enterprise, com o estadunidense Kirk, o russo Checov, o japonês Sulu, a afrodescendente Uhura, o vulcano Spock), só faltando inventarem o teletransporte, que deve estar contido em alguma caixa misteriosa da imaginação de algum cientista do futuro.
Para o Educa Tube a tecnologia, bem como a arte e a cultura são fontes de inspiração no processo criativo. A cena da turbina que suga um passageiro, em Lost, é prova disso. Sem a tecnologia, tal cena seria impossível de ser feita com um dublê.
A tecnologia deveria ser também para o educador e seu processo de ensino-aprendizagem, um dos catalisadores da imaginação, incentivando a criação colaborativa entre alunos, seja utilizando o laboratório de informática como a biblioteca escolar, pois ambos, se bem utilizados dentro de uma proposta educacional, são belas e misteriosas caixas.
o que são histórias, sejam de contos de fada como a oficial, senão caixas misteriosas? O que é educar senão abrir essas caixas?
E o mais interessante na fala de J.J. Abrams é quando ele apresenta cena do filme Tubarão, de Steven Spielberg, em que o filho se espelha nos movimentos e caretas que o pai faz, sentados à mesa da cozinha (não consegui localizar a cena, mas na palestra de J.J. é mostrada). Cenas como estas, segundo Abrams, que concordo plenamente, são as historias por trás de cada história. Na literatura, além do roteiro horizontal, há uma história contada em sentido verticalizado, e assim na vida, se olharmos uma notícia em jornal ou telejornal, trata-se apenas de uma versão dos fatos, e por trás dela há outras micro histórias a serem contadas, reveladas, como o abrir de caixas misteriosas.
Ler um livro, ver um filme, jogar um game, dar uma caminhada com uma criança ou um jovem é de certa forma abrir caixas misteriosas. E dialogar sobre as caixas misteriosas que o educador (seja pai ou professor) tinha quando era criança, uma pequena viagem no tempo. Falar de um tempo em que as caixas misteriosas não eram a internet, o computador e o videogame, mas os brinquedos feitos com sucata (carros feitos latas de óleo, de leite, pipas de armação de madeira e asas de papel celofane, etc) é mostrar que a imaginação é um pássaro aprisionado numa caixa misteriosas que precisa ser aberta e libertada a ave rara que existe lá... Cabe aos educadores mostrarem com computador de mesa, notebook, fone celular, tablet e outros, as caixas misteriosas da atualidade, podem ser utilizadas dentro de uma proposta unindo arte, cultura, história, tecnologia, educação e muita Imaginação.

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