domingo, 23 de março de 2014

Vento: animação que se passa em "um Reino (Nem) Tão Tão Distante" de Nós

WIND from robert loebel on Vimeo.

O vídeo acima Wind (Vento), trata-se de curta-metragem de animação de pouco mais de três minutos que promove profunda reflexão, somente com a força de suas imagens, numa linguagem visual e simbólica avassaladora.
Uma animação alemã de Rober Löbel, feita sem diálogo, exibida no Anima Mundi em 2013 e que, segundo o blog do festival, recebeu diversos prêmios e "foi o projeto de graduação de Lobel, que trabalha como designer e ilustrador em Berlim atualmente".
Um vídeo que "se passa em um mundo onde o vento é forte e incessante, mas que ninguém sabe e nem se pergunta de onde vem".
Uma animação que provoca no espectador uma outra visão sobre o mundo em que vivemos, cada qual em sua zona de conforto, mesmo que não perceba. Em que as pessoas se adaptam à força dos "ventos", mas que vez em quando alguém também chega e inverte essa lógica, ainda que por pouco tempo, como é o caso da troca de turno entre os que alimentam o mecanismo que mantém os ventiladores gigantes em funcionamento, a engrenagem da máquina social.
As pessoas se acostumam a andar contra o vento e quando este cessa ou muda de direção, muitos ficam perdidos, sem orientação... Mas o pior de tudo são aqueles que mesmo quando o mundo muda, continuam se repetindo de forma mecânica, automática, sem sequer perceber a vida ao redor... Estavam tão "viciados", robotizados naquela rotina, que sem o "vento" não sabem como se adaptar... Notem o senhor que sem o vento forte, nem percebe e continua a colocar um chapéu em cima do outro... O famoso burocrata "carimbador maluco" dos desenhos animados de minha infância...
Um vídeo que pode ser uma crítica aos valores da contemporaneidade, da propaganda maciça que estamos expostos, ao consumismo e individualismo e muito mais.
Em um mundo tão vinculado a modismos e consumismos um simples sopro, até um espirro mais forte, poderá promover um vendaval...
A troca de pessoal, entre o de barbas longas e o sem barba alguma é uma metáfora à passagem do tempo e à mudança de gerações... E se a nova geração vier a repetir os mesmos métodos de seus pais e avós para um novo tempo, de nada adiantará - pensando a educação e a didática - utilizar mecanismos sofisticados para fazer o "mais do mesmo"... Novas tecnologias requerem também novas metodologias de utilização... Senão, tudo não passará de um belo filme que "E o Vento Levou..."
Há que se valorizar o inovador e não apenas o novo, e reconhecer o mérito do clássico, do tradicional, quando estes não estiverem anacrônicos...

2 comentários:

  1. Muito lindo!!Nossa mais pura realidade!!!Convivi com o autor desse blog,durante alguns meses,foi meu professor!!Professor não,meu MESTRE!Pois pessoas especiais,com atitudes que nos tratam num todo,merecem nosso reconhecimento eternamente!!Feliz por fazer parte da sua caminhada e usufruir de todo esse conhecimento!!AGRADEÇO

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    1. Cara Bianca, que bonito poder ler uma mensagem assim. A tua turma foi muito importante em minha jornada, e lembra? Disse que não apenas avaliaria a turma mas me autoavaliaria também. No final todos aprendemos uns com os outros, e consegui também, além de alunos e colegas, fazer bons amigos. Eu que agradeço o teu carinho e da tua turma comigo. Foi uma experiência gratificante. Um abraço, Zé Roig.

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