terça-feira, 24 de março de 2015

A história do olheiro no futebol e do professor na educação




O vídeo acima, A história do olheiro, descobri no You Tube, e trata-se de peça publicitária para empresa de seguros, contando a história de Nelson, que é olheiro profissional no futebol, sabendo diferenciar o jogador talentoso daquele sem vocação para o esporte. Um caça-talento, como existe em outras áreas.
Seja no futebol ou na educação, o bom educador - professor de educação física ou de outra disciplina - deveria poder ter tempo e espaço suficientes para descobrir em suas turmas talentos natos e os que necessitam de incentivo, de preparo, de apoio, nas mais variadas áreas do conhecimento (ciência, tecnologia, arte, cultura, esportes etc). Talentos estes que se tiverem como meio de expressão a dança, a música, o esporte, o teatro, o cinema, a fotografia e outras metodologias, através de projetos pedagógicos multi e interdisciplinares, poderão melhor se integrar à escola e à sociedade.
Entretanto, com 30 a 40 alunos por sala de aula, fica difícil de dar um atendimento adequado, de poder conhecer a fundo seu alunado, de reconhecer naquele grupo essas aptidões, talentos e competências.
Mesmo assim, muitos professores, por intuição ou conhecimento de causa, experiência profissional e de vida, acabam encontrando esses alunos diferenciados, sabendo distinguir o trabalho autêntico do mero plágio.
Um exemplo claro foi o que aconteceu comigo, no ensino médio, quando, filho de pai artista plástico, tive o dom familiar de saber desenhar, e colegas de classe que não desenhavam me pediram pra lhes ajudar. A professora conseguiu perceber o meu traço em mais 2 ou 3 trabalhos dos colegas, vindo me pedir para não mais ajudá-los assim, fazendo uma tarefa para eles. SE quisesse eu poderia auxiliá-los, ensinado-os a desenhar, mas não desenhando para eles. Da mesma forma, esta mesma professora uma vez, vendo outro desenho meu em que ampliei um chamado "santinho" de Jesus me disse que estava ótimo, mas que eu precisava evitar copiar, para não restringir meu olhar, tentando desenhar de forma mais livre. Para o jovem que fui, no início o conselho foi encarado como crítica, e não entendi que o copiar que ela se referia não era o passar por cima, já que tinha feito o desenho de forma ampliada. Com o tempo entendi a preocupação dela de que meu talento para o desenho não ficasse vinculado à cópia simples, ou seja, apenas a reprodução do que já existia, sem tentar dar vazão à imaginação.
É importante valorizar o papel social destes olheiros do esporte e da educação, pois, se a vida não é um jogo, educar não é competição, muito pelo contrário, é estabelecer parcerias, incentivar a colaboração entre professores e alunos. Mais do que saber ser um bom "olheiro" de alunos, é preciso estabelecer com ele trocas, buscar lideranças positivas e monitorias, construindo um caminho para a educação e a sociedade.
Parafraseando o texto do comercial: Onde os olhos normais enxergam alunos comuns, os olhos do bom educador veem jovens com potencial para ir além da educação tradicional...

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