quarta-feira, 22 de abril de 2015

Precisamos de "poetas, visionários, realistas de uma realidade maior"


"Acho que tempos difíceis estão chegando, quando desejaremos as vozes de escritores que possam enxergar alternativas para o modo como vivemos agora (...) Vamos precisar de escritores que possam lembrar a liberdade - poetas, visionários, realistas de uma realidade maior."No final do ano passado, Ursula Le Guin ganhou a 'Medal for Distinguished Contribution to American Letters', a mais importante honraria concedida pela Fundação Nacional do Livro dos EUA. A autora fez um discurso emocionante - se você ainda não viu, vale a pena cada minuto (agora com legenda em português):

Posted by Editora Aleph on Quinta, 16 de abril de 2015


O vídeo acima, Premiação Literária, foi indicação dos colegas e amigos Ana Beatriz e Robson Freire, via Facebook, e trata-se fala de "Ursula Le Guin [que] ganhou a 'Medal for Distinguished Contribution to American Letters' [no final de 2014], a mais importante honraria concedida pela Fundação Nacional do Livro dos EUA".
A autora fez um discurso emocionante contra os escritores realistas que, segundo ela, durante 50 anos ganharam todos os prêmios e em favor dos escritores da imaginação, que escrevem fantasias e ficções científicas, declarando que "Acho que tempos difíceis estão chegando, quando desejaremos as vozes de escritores que possam enxergar alternativas para o modo como vivemos agora (...) Vamos precisar de escritores que possam lembrar a liberdade - poetas, visionários, realistas de uma realidade maior", destacando ainda que "Precisamos de escritores que saibam a diferença entre a produção de um bem de mercado e a prática de uma arte"; "precisamos imaginar territórios reais para as esperanças" e que "resitências e mudanças ocorrem na arte", como parte desse enfrentamento a um realismo mercadológico, que visa mais o lucro do que a liberdade.
Para Ursula, "A verdade é uma questão de imaginação", o que remete questão, não apenas do realismo e da verossimilhança da obra de arte, mas desse efeito imaginante que o autor de fantasia e de ficção consegue, tornando uma obra ficcional eterna. Todos temos as nossas pequenas verdades, mas a arte é a grande verdade do mundo, sim, presente nos clássicos literários, muito mais do que nos livros históricos, podemos complementar. A História pode ser reescrita, a Literatura apenas revisitada. Um livro de história sofre constantes revisões da própria história e conteúdo; já um clássico da literatura permite apenas revisões ortográficas e gramaticais. Enquanto alguns relatos historiográficos peecem com o passar do tempo, os clássico da literatura mantém-se intactos no imaginário coletivo de uma sociedade.
Precisamos, sim, cada vez mais de "poetas, visionários e realistas de uma realidade maior", a partir da valorização da arte, da cultura e da educação.

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