domingo, 28 de fevereiro de 2021
Matrioska: da trajetória das "bonecas russas" ao professor multifuncional e os ensinos presencial, remoto e híbrido [reflexão pedagógica, metodológica, didática e social]
O vídeo acima, Como Nasceram as Matrioskas, encontrei no YouTube, após pesquisar sobre este termo: matrioska, que é derivado de "mater", em latim, mãe; e que comumente também é denominado de "Bonecas Russas", já que é um costume associado àquele país, de uma boneca maior conter um seu interior a sucessão de outras bonecas idênticas, de menor tamanho, quase como uma dízima periódica em formato menor ou um efeito espelhado em menor escala.
Este vídeo localizei após assitir a outro, com esse "efeito matrioska", vejam no link a seguir, do Thumbs, em que um rapaz mostra uma cadeira que contém em seu interior diversas cadeiras menores:
CADEIRA "MATRIOSKA"
Ambos os vídeos me fizeram refletir se, como professor, poeta, escritor, pai e cidadão, não sou tambpem uma matrioska, ou seja, uma figura que contém em si uma trioska, uma oska e uma ka, conforme a lenda a respeito da criação da tal boneca russa, que segundo o vídeo inicial, possui uma versão didática, uma espécie de História em Quadrinhos no corpo de cada boneca, que serve para a contação de histórias para crianças, uma HQ artesanal bem interessante.
Durante nossa vida, de certa forma, somos, sim, uma matrioska, sejamos pais ou professores, poetas ou escritores, artistas ou cidadãos, sonhadores ou trabalhadores, pois incorporamos dentro de nós, toda uma experiência de "vidas passadas" dentro de uma mesma vida. Exemplo: Inicialmente minha graduação foi em Direito, depois migrei para as Letras, e atualmente conclui a Pedagogia, minha terceira graduação e cada uma dessas áreas complementa meu fazer pedagógico, metodológico, didático, filosófico e sociológico, pois para dar aulas de Produção Textual, em determinado momento, lembro-me das técnicas da redação jurídica, em que o menos significa mais, da concisão, clareza, objetividade que alguém que vai prestar exame e fazer uma Redação do Enem precisa ter. Certos recursos didáticos da Pedagogia me permitem pensar o coletivo em atividades interdisciplinares; as Letras me deram uma bagagem para propostas intertextuais, "tudo junto e misturado", como diz um ditado popular. Somos matrioskas, trazendo dentro de nós vidas trioskas, oskas e ka, de tudo que já fizemos e colocamos em nossa bagagem cultural, artística, histórica e social.
Portanto, o bom educador, seja ele professor, pai ou outro profissional, é aquele que busca em si, outras "bonecas russas" para trabalhar e interagir com outras pessoas, dentro dessa dinâmica cada vez mais multifuncional, ainda mais se pensarmos o ato de educar, como algo além da escola, do docente, mas algo mais amplo e universal. Afinal, a família educar, a escola instrui e a sociedade ensina uma lição de vida.
Em minha matrioska particular, foi preparado para o ensino presencial, precisei me reinventar no ensino remoto (100% online, em 2020) e depois me readpatar e me reinventar ao ensino híbrido (em 2021), retornando, por causa da bandeira preta em relação aos casos de Covid-19, ao ensino remoto novamente: matrioska, trioska, oska e ka. Sem essa bagagem, cada passagem seria muito mais complexa, pois tudo requer que tenhamos consciência de que siomos atores sociais neste grande teatro,ora mágico, ora trágico da existência. E assim, ser um educador "matrioska" é ser uno, embora complexo; diferenciado sendo multifuncional e multifacetado; criativo e pragmático; objetivo e poético; ético e estético; pedagógico e filosófico e por aí vai.
Mais que isso, contenho em mim, todos os meus professores, familiares, amigos, conhecidos, colegas e todos aqueles que cruzaram meu caminho e me mostraram exemplos positivos e negativos que me fizeram refletir sobre a condição humana, política, profissional e social. Contenho em mim, todos os meus poetas e escritores preferidos, que me fizeram ver o mundo com seus olhos; dos os compositores e poetas que com suas letras e canções ampliaram meu horizonte de visão; dos os diretores e atores que com seus filmes (Sociedade dos Poetas Mortos, Escritores da Liberdade etc) me fizeram espelhar a ficção na realidade, e vice-versa. Enfim, somos a reunião de tudo aquilo que nos compõem.
Para complementar esta postagem, indico o vídeo a seguir, intitulado A LENDA DA MATRIOSKA, que serve para uma atividade de contação de histórias sobre a Mamatrioska:
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
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sábado, 27 de fevereiro de 2021
Whiteboard: lousa branca digital para aulas online mais criativas e interativas via aplicativo Microsoft Teams [e JamBoard do Google Drive]
O vídeo acima, Microsoft Teams: Whiteboard, encontrei no YouTube e é um ótima recursos para tornar as aulas online, mais criativas e interativas, através do aplicativo Microsoft Teams, pois ele este recurso (lousa branca) já vem inserido no mesmo, permitindo que o professor possa utilizar vídeos, textos, imagens, animações etc em suas intervenções digitais.
A lousa branca permite que um professor insera uma rquivo em PDF e use a caneta e marca texto digital, para destacar, selecionar, digitar sobre o material, dinamizando sua aula virtual, seja em produção textual, matemática, artes etc.
É um recurso de fácil utilização, por ser intuitivo, como o é um paint brush, só que com maiores funcionalidades para dinamizar as aulas remotas do professor digital, permitindo que o aluno também interaja com a mesma, a partir de permissões que o educador dê aos que estarão acompanhando aquela atividade.
O vídeo em questão é bem didático e recomendo também outro, sobre o mesmo tema (lousa digital), logo a seguir:
Em tempo: Quem quiser utilizar um recursos semelhante, tem a JAMBOARD, a lousa digital do Google, dentro do Google Drive / Gmail, que indico vídeo logo abaixo:
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
O Tribunal da Rede Social: de Urso Branco (episódio do seriado Black Mirror) à eliminação de participante de reality show com alto nível de rejeição
O vídeo acima, URSO BRANCO - BLACK MIRROR | A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, de Silvia Geruza, psicoterapeuta familiar e de casal e especialista em sexualidade humana, encontrei no YouTube para ilustrar uma breve reflexão sobre as realções entre ficção e realidade, a partir de famoso seriado e um episódio em especial e a cultura do cancelamento, do julgamento através dos "tribunais" das redes sociais e dos realities shows que funcionam como alegorias digitais tal qual o mito da Caverna de Platão, a partir da eliminação de uma participante de um desses programas, por conta de seu alto npivel de rejeição, beirando a unanimidade dos votantes.
Como apresenta Silvia Geruza, "Urso Branco (White Bear) episódio do seriado Black Mirror que pode parecer um acontecimento no futuro de uma geração que se diverte assistindo a perseguição e o sofrimento de uma jovem, mas que nos desperta para a realidade atual: a banalização da morte e da violência."
O que URSO BRANCO e a eliminação de Karol Conká [integrante do BBB - Big Brither Brasil] têm em comum, além da questão da superexposição via multimeios? Que tanto a personagem de Urso Branco como a influencer brasileira, fazendo parte de um experimento social, em que são acompanhadas por um público e ambas são depois hostilizadas pelo seu, digamos, "público" e "juri", em seu parque temático.
Décadas atrás, Guy Debord, criou o conceito de “sociedade do espetáculo” (vejam video a respeito mais abaixo) para descrever esse fenômeno de espetacularização da vida que tem contaminado diversos setores, além das mídias e seus programas sensacionalistas, expondo pessoas vulneráveis, programas policialescos e todo tipo de apelação em busca de audiência e manipulação da informação que aos poucos foram banalização e naturalizando a exceção, como se fosse a regra. Além disso, a glamourização de pessoas que são apenas famosas por serem célebres e celebridades por serem famosas, expondo sua vida, quase que 24h ao público, como um peixe num aquário.
O Brasil parou, décadas atrás, para saber quem matou Odete Roitman, numa das famosas telenovelas campeãs de audiência. Recentemente, a jovem influencer Karol Conká receber 99,17% de rejeição que levou a sua eliminação do programa, intitulado BBB. Diferentemente de Josef K, que foi julgado por um crime que não sabia qual, Karol Conká ao expor suas opiniões controversas e ter atitudes, digamos, tóxicas, durante o reality show, canalizou muito desse sentimento coletivo, que curiosamente não tem sido refletido nas pesquisas de opinião a políticos e gestores por suas administrações calamitosas durante uma pandemia que já ceifou a vida de centenas de milhares de pessoas. Um escapismo digital?
Tanto o seriado, o reality show e o conceito de "sociedade do espetáculo" servem para que refltitamos sobre questões éticos e morais na sociedade atual, e o poder da informação e desinformação (Fake News), atualmente, circulando entre nós. Nunca tivemos tanto acessoa informação, mas também nunca fomos expostos a tanta desinformação. Poucos pesquisam por fontes, sem checar se o site, blog, ou imagem em whatsapp é confiável, lógico e racional. Alguns sentem a necessidade de acreditar em tudo, principalmente aquilo que legitime seus pré-conceitos, preconceitos e discriminações.
Para ampliar o debate, indico alguns links que vem ao encontro desses temas, como a curiosa manchete: BBB tem audiência de Copa do Mundo com eliminação de Karol Conká (clique no título para ler na íntegra seu teor), em que, conforme imagem abaixo, mostra como um evento de reality show canaliza o interesse semelhante a de um evento mundial, como uma Copa do Mundo.
Na notícia a seguir, outro efeito que lembra o seriado Black Mirror e o episódio Urso Branco, quando sabe-se que "Karol Conká terá esquema especial de segurança após eliminação" (clique no título para ler na íntegra seu teor), diante de tamanha rejeição que capitalizou:
Em contrapartida à tamanha rejeição, ocorre outro fenômeno também bem Black Mirror, já tratado em outro episódio do referido seriado, quando outra participante, chamada "Juliette vira fenômeno na web e alcança 10 milhões de seguidores" (clique no título para ler na íntegra seu teor). A "brother" chegou a superar em número de seguidores a celebridades mundiais, como o jogador de futebol americano Tom Brady.
Enfim, quem já assistiu o episódio Urso Branco, do seriado britânico Black Mirror, entenderá esse conceito de "Tribunal da Rede Social" em plena sociedade do espetáculo. Fenômeno que também se instarou inclusive no Judiciário brasileiro, a partir da famosa e polêmica operação Lava Jato que contou com forte cobertura midiática, em suas prisões espetaculosas, vazamentos de informações etc, nem sempre dentro dos padrões do devido processo legal.
Qual a diferença entre a Lava Jato e BBB21? Qual o limite ético e moral desses "dois" realities shows e suas pirotecnias e manipulações?
Karol Conká, enquanto esteve dentro da Caverna de Platão 3.0, parece ter perdido a noção de realidade, vendo sombras, e pode ter achado que ter personalidade é dizer o que pensa, dando-lhe a mesma imunidade que outras figuras polêmicas da sociedade fazem e dizem, contando com a imunidade e impunidade reinante no país. Só que este país-continente ainda não acertou suas contas com seu passado escravocrata, colonial, de seculares desigualdades sociais.
Porém, como nos Tribunais da Inquisição da Idade Média, temos hoje Tribunais das Redes Socoais na Idade Mìdia. Qualquer semelhança com da ficção com a realidade, será mera coincidência? Eis a questão! E provocação filosófica que este blog traz!
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
A vida e obra de Lima Barreto, um dos autores mais INVENTIVOS da literatura brasileira (ótima resenha literária do canal Antofágica)
O vídeo acima, A vida e obra de Lima Barreto, um dos autores mais INVENTIVOS da literatura brasileira, é uma ótima resenha literária do incrível canal Antofágica, que recomendo aos visitantes do Educa Tube Brasil.
Lima Barreto, ao lado de outros gênios da literatura brasileira, como Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, entre outros, um daqueles escritores que soube como pouco radiografar a alma do brasileiro através de sua prosa.
Como bem destaca o vídeo da Antofágica, esse autor pré-modernista se debruça sobre a realidade dos subúrbios do Rio, dando voz e vez àqueles que estavam nas periferias, trazendo ironia e crítica social aos seus escritos. O Triste Fim de Policarpo Quaresma é um clássico terrivelmente atual, por sua critica ao ufanismo patriótico, tão presente no cotidiano atual, tal como um século atrás.
Lima Barreto que cunhou a expressão: "O Brasil não tem povo, tem público", em entrevista a revista Careta, em 1922. Tal citação continua também terrivelmente atual em tempos de pandemia e reality show, em que as pessoas se indignam mais com as personagens confinadas dentro da Caverna de Platão digital do que com os casos assustadores de contaminação pela Covid-19.
Recentemente, este blog publicou uma das crônicas de Lima Barreto que parecem ter sido escrita neste século XXI, pela sua atualidade. Vejam link a seguir:
Portal da Crônica Brasileira com riquíssimo acervo digital e "O pai da ideia", crônica centenária de Lima Barreto, terrivelmente atual (Literatura, História e Produção Textual]
Recomendo também visita ao canal Antofágica, pela relevância de seus audiovisuais:
ANTOFÁGICA - CANAL DE CLÁSSICOS PARA NOVOS TEMPOS
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domingo, 21 de fevereiro de 2021
Homem das Estrelas: publicidade, inovação e a metáfora da educação na odisseia de cada geração
O vídeo acima, trata-se de um criativo material de publicidade de uma empresa de automóveis que promove um diálogo entre épocas, comparando a corrida espacial a outra corrida tecnológica e me foi indicação via Facebook, pelo amigo Savio Machado, de Pelotas (RS) Brasil.
No comercial, se vê desenrolando em paralelo uma história de pai e filho: do pai ex-astronauta, quando jovem, que é presenteado pelo filho, já no presente, com um veículo dos mais modernos.
A música Starman (Homem das estrelas), de David Bowie (clipe ao final da postagem) é sensacional e serve para reforçar essa ideia de evolução, conquista, inovação, além de odisseia humana.
Quando o idoso senta no banco do piloto/condutor e começa a guiar o veículo, uma pequena viagem no tempo [através da memória], faz essa comparação entre a tecnologia do passado e a do presente. Uma ideia genial de valorizar o produto, por conta da história de vida de um desbravador do espaço sideral, agregando ao produto esse valor de inovação.
Mais que uma publicidade, é um belo material para refletir sobre a evolução tecnológica e humana, bem como, na área da educação, mostrar que o bom professor, pode ser como o astronauta, rejuvenescendo, quando em capacitação continuada e em dipalogo com seus alunos. A experiência de vida, a bagagem cultural, tudo, enfim, serve a evolução pedagógica, didática e metodológica em uma sala de aula e escola. Do papel carbono ao mimeógrafo, do projetor de slides ao retroprojetos, chegando ao datashow (projetor multimidia) e à internet.
Ao infinito e além, frase do personagem Buzz Lightyear, personagem da aniumação Toy Story representa bem isso. O limite somos nós e nossa imaginação. E se o bom professor receber equipamentos, formação, valorização, infraestrutura, remuneração adequadas, os voos serão melhores ainda, neste eterno diálogo entre gerações: a juventude com a experiência.
Abaixo, versão brasileira da canção de Bowie, intitulada Astronauta de Mármore e cantada pela banda Nenhum de Nós:
Em tempos: E esse diálogo constante que me refiro nesta postagem, é tanto do professor com o aluno [do pai com o filho], mas também do professor experiente com o novato, da juventude com a experiência de vida. Essa memória da educação que precisa ser preservada, e os multimeios [mídias e redes sociais] podem ser esse repositório institucional: blogs, canais de vídeos, sites etc, para que toda essa trajetória não se perca quando o professor se aposenta.
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sábado, 20 de fevereiro de 2021
Jogando "Telefone sem fio" online: Aplicativo e Atividade de Acolhimento no Ensino Remoto via canal e site educacional "Ousada Mente"
O vídeo acima, Jogando Telefone sem fio online Atividade de Acolhimento, recebi via grupo do Whats de Professores Online que trocam saberes e achei bem interessante por adaptar uma brincadeira antiga, agora em versão digital, incorporando voz e desenho, conforme o audiovisual explicativo da mesma, que faz parte do conteúdo do canal de vídeos Ousada Mente, da professora Sol ou Solange Corregio, de São Paulo )SP), Brasil.
O aplicativo se chama Gartic Phone (telefone sem fio) e é uma divertida dica de atividade acolhimento online para os estudantes do Ensino Remoto.
Vejam link abaixo para download do app:
GARTIC PHONE
Esse telefone sem fio, usando desenhos e frases, lembra-me em parte a questão do Retrato Falado, em que uma testemunha descreve alguém para um desenhista elaborar um retrato do suspeito. Imaginação, criatividade, diversão e aprendizagem.
Indico abaixo, os espaços da Prof. Sol, que sempre indica diversos recursos tecnológicos e pedagógicos destinados à educação:
Site Oficial:
www.ousadamente.org>br />
www.facebook.com/ousadamente2020
www.instagram.com/ousadamente2020
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
Nos olhos de quem vê: a incrível intertextualidade e atualidade entre seriado de TV e videoclipe [Arte, Filosofia e Sociedade]
O vídeo acima, Black and Blue (Sombria e Triste), trata-se de videoclipe da cantora Sia, e é um desses que carrego para um projeto que intitulei "Clipes que parece Curtas", justamente pela narrativa visual que traz. No caso, numa criativa linha do tempo invertida, mostra uma jovem que usa máscara num mundo distópico, em que todos são mascarados no cotidiano.
A referida canção é de 2016, mas o clipe parece retratar um contexto bem mais atual, neste nosso 2021, da pandemia da Covid-19, com as pessoas usando máscaras em todos os locais.
A letra da canção e as imagens do clipe nos permitem trabalhar ideias como autoestima, identidade, depressão e vida em sociedade, justamente nesses tempos tão sombrios e sem brios, de reality show em que cada um interpreta um papel, nem sempre em concordância com a autoimagem. Uma espécie de Caverna de Platão digital.
Já diziam que os olhos são as janelas da alma, e nesses tempos de usar máscaras por questão de saúde pública, tem sido curioso ver olhos que sorriem, que falam, que cantam, e muito mais, sem que a boca (coberta) precise emitir um único som.
Indico abaixo link para a tradução da canção acima citada:
BLACK AND BLUE - TRADUÇÃO
E o mais interessante neste videoclipe é que o mesmo me remeteu, de forma intertextual a um episódio do seriado Além da imaginação episódio, o de número 39, da temporada 2002/2003, denominado, curiosamente de "Nos olhos de quem vê", que pode ser visto a seguir:
Este episódio dialoga e muito com o clipe, pois em ambos o diferente deseja ser aceito pelos demais, ainda que a ética e moral dos outros seja discutível. Faz parte do humano pertencer a um grupo. Mas muitas vezes aquele grupo poderá ser tóxico, tentando impor a sua versão dos fatos, nem sempre em acordo com a realidade. Vide o fenômeno das Fake News.
Estes dois vídeos: um curta-metragem e um clipe podem ser materiais para trabalhar leitura de imagem, interpretação textual e visual, além de escrita criativa nas aulas de Produção Textual e Redação. Pode também ser uma atividade integrada na área de Linguagens, entre as disciplinas de língua portuguesa e língua inglesa; e/ou na das HUmanas: Sociologia e Filosofia.
Abaixo, indico link para a temporada completa de Além da Imaginação (2002), com outros vídeos provocativos, motivadores e criativos:
Série Alem da imaginação - temporada 2002 completa
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021
Navegar: quando as artes plásticas dialogam com a edição de imagens da letra da canção em um videoclipe
O vídeo acima, com a canção Sailing (Navegar), de Christopher Cross é uma belíssima edição de imagens a partir dos versos poéticos da canção e descobri por acaso no YouTube.
Na apresentação do clipe há citação do próprio Christopher Cross que indica uma intenção: "This song is meant to go beyond the metaphor, anda speak to the transformativa power of art" [Esta canção pretende ir além da metáfora e falar sobre o poder transformador da arte, tradução livre].
"Navegar é preciso, viver não é preciso", frase célebre do general romano Pompeu [70 a.C.] e imirotalizada em verso pelo grande poeta Fernando Pessoa, serve a múltiplas interpretações. Seja no sentido poético, filosófico, como também tecnológico. O termo preciso, decorre de "precisão" e nem tanto de necessidade. E lido com esse sentido, muda totalmente sua compreensão, pois de fato: para se navergar faz-se necessário de instrumentos como astrolábio, sextante, na antigidade, depois sonar, radar, GPS, na modernidade. Entretanto, para viver, requer mais que equipamentos tecnológicos...
O "Navegar", de Christopher Cross, em sua letra e canção, trabalha com essas metáforas, como atestada a tradução (vídeo ao final desta postagem).
Uma metáfora visual e sonora demonstra mesmo o poder transformador da arte, a partir de imagens poderosas, líricas, simbólicas e filosóficas, como as que dei print e compartilho logo abaixo, com alusões e reproduções de diversas telas famosas da história das artes plásticas, dentre elas:
Um exemplo de como professores de Artes, Literatura, Produção Textual, Língua Portuguesa e Língua Inglesa podem interagir numa proposta intertextual, navegando pelo ciberespaço ou não, envolvendo múltiplas linguagens: visuais, escritas, orais, digitais etc.
Abaixo, link para outro vídeo com edição a partir da letra traduzida da referida canção:
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
O poeta que visita histórias, entrevista mágica com Mia Couto ao programa Café Filosófico [Literatura, História, Memória e Sociedade]
O vídeo acima, O poeta que visita histórias, descobri no YouTube e trata-se de uma daquelas belas entrevistas de Mia Couto, escritor e poeta de Moçambique, África, e um daqueles momentos mágicos que se assiste como quem vê um bom filme.
Mia Couto foi entrevistado pela jornalista Fernanda Mena, junto ao programa Café Filosófico da TV Cultura, que é produzido pela Fundação Padre Anchieta, e o autor moçambicano brinda o espectador com toda a beleza e delicadeza de sua prosa e poesia, iniciando a falar a partir da metáfora culinária, que é recorrente em sua obra, para fazer relações entre a aldeia e a casa, e o que me lembrou, além da citação de Tolstoi, tambpemm ao livro A poética do espaço, de Gaston Bachelard, em que o mesmo diz que o centro da narrativa de vida é a casa, e o centro da casa é a mãe. No caso de Mia, seus avós.
Mia Couto, filho de imigrantes, nos promove como poucos esse trânsito entre o real e o imaginário, o mágico e o trágico. Um biólogo que já foi professor e jornalista.
Um biólogo que se tornou escritor e poeta. Um biólogo que tenta entender o mundo atraves da prosa e da poesia, numa visão intertextual e às vezes até espiritual entre o micro e o macrocosmos. Mas uma característica de um biólogo na poesia, transitando entre os saberes e os sabores.
Visitar as próprias histórias, não é apenas coisa de escritor e poeta, mas tambpem de educador, seja pai ou professor, e valer-se dessa bagagem sentimental e intertextual em seu fazer pedagógico é um ótimo ferramental.
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
"Readers' Corner": ótimo canal de vídeos do prof. Edson Capelatto Jr. para tratar de Literatura e Linguagem
A imagem acima é do ótimo canal do YouTube, intitulado Readers' Corner, do professor Edson Capellato Jr., que criou este espaço virtual para tratar de Literatura e Linguagem [ele é tambpem professor de English].
Edson, com seus canal de vídeos, visa ensinar "técnicas avançadas e dicas práticas para aprimorar sua habilidade de leitura de textos literários". Suas aulas abertas, via YouTube, são para todos os públicos, e, como ele mesmo indica, "em um formato de bate-papo descontraído".
Conheci este canal, através de indicação da colega e amiga Josane Batalha Sobreira da Silva, de Campinas, São Paulo, Brasil.
Recomendo, dentro do riquíssimo acervo do Reader's Corner o vídeo da série/curso "Pra dentro do texto", cujo tema da aula 4 é "Poesia para os olhos" (vídeo logo a seguir):
De fato, poesia é para se sentir, é uma arte sensorial que envolve todos os sentidos, principalmente o visual e o auditivo.
Como também professor de Literatura, além de Produção textual e Filosofia, gosto de dizer que há uma Poesia maiúscula na vida, que a arte está em toda parte e que a literatura tudo cura. Que a grande Poesia é filosófica e a grande Filosofia é poética, pelo uso que os pensadores fazem também da linguagem simbólica e metafórica para passar seus conceitos e ideias complexas.
Para conhecer mais o belo trabalho do prof. Edson Capellato Jr., recomendo segui-lo em seus espaços digitais, abaixo relacionados com o devido link:
READERS' CORNER - CANAL DE VÍDEOS
EDSON CAPELLATO JR - INSTAGRAM
Recomendo também o vídeo, a seguir, sobre "metáfora e múltiplos significados", que é bem interessante e essencial para melhor ler e entender poesia e prosa poética:
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021
Samba da Utopia: belíssima canção com letra de Jonathan Silva, na voz de Ceumar Coelho, que é pura Poesia Cantada
O vídeo acima, SAMBA DA UTOPIA, descobri nos vídeos correlatos do YouTube e é uma belissíma canção, cuja letra é de Jonathan Silva, com a linda interpretação da cantora Ceumar Coelho, dando vida a versos que tornam o videoclipe pura "Poesia Cantada", promovendo reflexão sobre o mundo em que vivemos.
Algumas canções e clipes podem ser relevantes materiais pedagógicos para promover uma dinâmica de grupo, uma leitura de imagens e uma escrita criativa, de forma intertextual com a realidade social.
É possível complementar aulas de História e Literatura a partir das letras de canções da MPB, por exemplo. Também é possível trabalhar com Produção Textual, a partir de letras criativas, com muita simbologia, metáforas e alusões ao contexto regional, nacional e internacional.
Vejam abaixo a letra da referida canção:
SAMBA DA UTOPIA (Jonathan Silva)
Se o mundo ficar pesado
Eu vou pedir emprestado
A palavra poesia
Se o mundo emburrecer
Eu vou rezar pra chover
Palavra sabedoria
Se o mundo andar pra trás
Vou escrever num cartaz
A palavra rebeldia
Se a gente desanimar
Eu vou colher no pomar
A palavra teimosia
Se acontecer afinal
De entrar em nosso quintal
A palavra tirania
Pegue o tambor e o ganzá
Vamos pra rua gritar
A palavra utopia
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Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.
domingo, 14 de fevereiro de 2021
O poder da arte, entre Homero e Platão, por Agnaldo Farias: divertida, motivadora e provocadora palestra ao TEDxUSP que serve como aula inaugural
O vídeo acima, Entre Homero e Platão: Agnaldo Farias at TEDxUSP, foi me indicado via Twitter e trata-se de conferência do curador da Bienal de Arte de São Paulo, destacando o poder da arte e a valorização dos professores.
A fala de Agnaldo Farias é divertida e permeada de conhecimento. Ao dizer que teve a sorte de "ter lido os livros certos", primeiro valoriza a arte em sim, depois aos professores e uma professora, em especial, de Literatura, que já não lembra o nome, mas nãoe squece sua intervenção artística, cultural e social, por ter lhe apresentado a obra de Guimarães Rosa, principalmente um fragmento de um conto: "[...] era infinitamente maio e Jorge Joaquim pegou o amor".
Agnaldo disse que ficou fascinado pelo fascínio dela, e por isso resolveu ler Guimarães Rosa, e finalmente entendeu o poder da arte, de unir nexos entre pontos desconexos, de ser uma maneira de estar no mundo, além de ser o grande antídoto, e que é preciso abrir espaço para a perplexidade, principalmente do aluno.
Suas menções a pensadores da humanidade são precisas e adequadas ao tema, como a de Descartes, de que "o motor do conhecimento não é a certeza, mas a dúvida" e a de Fernando Pessoa sobre Vênus de Milo ser tão bela como o binômio de Newton, mas que não tem gente que dê conta disso.
Agnaldo, como curador de arte, nos cura através da arte de sua fala, ao dizer que "não devemos formar para as rotinas, mas para que tenham flexibilidade espírito", não apenas alunos, pensei também em filhos, colegas, vizinhos, familiares etc.
Para ele, e concordo plenamente e ainda pratico isso diariamente: "[...] músicas, livros, filmes é que movem o imaginário e o mundo, os artistas nos alimentam e dão a fertilidade da imaginação, como dizia Dante Alighieri". E que a língua é a forma de nomear as coisas do mundo.
De Homero (Literatura) a Platão (Filosofia), assim gira o mundo, fazendo circular ideias provocativas e instigantes, desde então.
Uma conferência de pouco mais de 15 minutos, mas que amplia horizontes, nos faz atravessar muros, montes e pontes, pelo imaginário coletivo que a arte e a cultura nos proporcionam. Um vídeo que se presta a uma aula inaugural de qualquer curso, de qualquer modalidade, de qualquer idade, pois é universal e atemporal, pois fala à alma e ao coração.
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sábado, 13 de fevereiro de 2021
Inteligência coletiva digital: os primórdios de uma revolução antropológica? por Pierre Levy (Humanidades digitais)
O vídeo acima Inteligência coletiva digital: os primórdios de uma revolução antropológica? , descobri nos vídeos correlatos do YouTube e trata-se de interessantíssima entrevista de Pierre Lévy ao Ciclo de Humanidades 2020, em 03 de dezembro, cujo tema foi "Bem vindos à humanidade digital", um termo que me agrada muito, pois sempre digo que devemos "humanizar as máquinas e não apenas robotizar as pessoas".
Pierre Levy, como consta na apresentação do referido vídeo entrevista é "sociólogo, filósofo e pesquisador em ciências da informação e comunicação (CIS) que investiga desde finais dos anos 1980 o impacto da Internet sobre a sociedade, o conhecimento, a inteligência e a cultura." E a entrevista foi conduzida por André Magnelli, que é idealizador e fundador do Ateliê de Humanidades (Instituição de livre estudo, pesquisa, escrita e formação), um dos organizadores do Ciclo de Humanidades, junto com a BiblioMaison (biblioteca do Consulado da França no Rio de Janeiro) e a Embaixada da França no Brasil.
O Ciclo Humanidades é composto, segundo os organizadores, por uma série de conferências que buscam "refletir sobre questões clássicas e contemporâneas por meio de um diálogo aberto com a filosofia, a antropologia, a sociologia, a ciência política e a psicanálise e trabalhando ideias e debates de autores franceses ou francófonos."
Sobre o conceito de inteligência coletiva digital, Levy traz primeiro um percurso, do período oral para a escrita, até chegar aos tempos digitais.
Se pararmos pra pensar, o Google da Antiguidade foi a famosa Biblioteca da Alexandria, que continha à sua época, a maior parte do conhecimento da Humanidade. Quanta coisa foi perdida com diversos saques, incêndios e destruição? Quem sabe tivéssemos hoje as respostas para as construções da s pirâmides e outros enigmas do mundo antigo.
A história desse inteligência coletiva é fruto da comunicação, das trocas de saberes, hoje, mais visíveis em tempos digirais, de internet, internet das coisas, redes e mídias sociais, onde com simples cliques em sites de pesquisa é possível ter acesso a todo o conhecimento do mundo atual.
Neste século XXI, o professor precisa saber se conectar ao aluno e com ele, dar vazão a essa inteligência coletiva digital, que ocorre dentro e fora da escola, em tempo real ou remoto, de forma presencial ou com distancimento social por conta da pandemia da Covid-19.
A metáfora que Levy se vale, do formigueiro e da comunicação entre as formigas é bem interessante, sobre o "algoritmo" que rege aquela sociedade composta por insetos [lembrei do filme de animação Vida de Inseto], assim como outras ideias e conceitos que o pesquisador da cibercultura e pensador nos proporciona nesta entrevista.
Abaixo, indico matéria no site Ateliê de Humanidades, com mais detalhes sobre a referida entrevista:
ENTREVISTA COM PIERRE LEVY
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Diário de Escola, de Daniel Pennac, e a metáfora da cebola na educação [Pedagogia e Sociedade]
O vídeo acima Diário de Escola, encontrei no Linkedin da colega e amiga Josane Batalha Sobreira da Silva, de Campinas, SP, Brasil e trata-se de uma bela apresentação de Eduardo Amos, que lê um trecho do livro Diário de Escola de Daniel Pennac, para a série de vídeos ERA UMA VEZ, da Our Way Academy.
A partir do trecho lido, surgem algumas reflexões acerca do ofício do professor, utilizando-se da metáfora da cebola na educação. Do descascar-se, não apenas enquanto aluno, mas tambem euquanto educador, seja pai ou professor.
Como texto destaca: para "ensinar é isso, recomeçar até o nosso necessário desaparecimento como professor". Frase que é impossível de nçao relacioná-la ao pensameto de Paulo Freire em sua Pedagogia da Autonomia: "educar é ter a consciência do inacabamento". Que a aprendizagem, enuanto ser humano, perpassa à família, escola, e atravessa a vida em sociedade. Que somos eternos apreendizes e mestres, uns dos outros.
Os demais vídeos da série ERA UMA VEZ podem ser assistidos no canal/link abaixo:
OUR WAY Adademy - Era uma vez
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Portal da Crônica Brasileira com riquíssimo acervo digital e "O pai da ideia", crônica centenária de Lima Barreto, terrivelmente atual (Literatura, História e Produção Textual]
Imagem acima é do PORTAL DA CRÔNICA BRASILEIRA, foi uma preciosa indicação via Twitter da amiga Milena, jornalista de Maceió, Alagoas, Brasil e trata-se, como o nome indica, de um espaço para reunião e divulgação dos grandes cronistas brasileiros.
Dentre eles, destaco no link a seguir, a crônica "O pai da ideia", de autoria do genial Lima Barreto, escritor, jornalista, cronista e dramaturgo carioca, que foi escrita há pouco mais de um século, em 14 de fevreiro de 1920, na Revista Careta, mas que parece terrivelmente atual neste fevereiro de 2021.
O PAI DE IDEIA - LIMA BARRETO
Crônicas são ótimos materiais para aulas de Língua Portuguesa, Produção Textual, Redação, História, Filosofia, Sociologia etc.
No caso da crônica, "O PAI DA IDEIA", há um contexto muito semelhante a esses anos 20 do século XXI, no que tange a pandemias e epidemias, basta ver a imagem abaixo, do parágrafo inicial do texto citado:
"O pai da ideia" trata da apropriação de ideias originais por pessoas mais conhecidas, e a negação do verdadeiro autor, coisa que continua atual naquele país que Lima Barreto, com sarcasmo e ironia se referia. Quantas dão hoje Control C + Control V nas ideias de terceiros, sem mencionar a autoria alheia? Quantas figuras ilustres passam a ter notoriedade por ideias que não lhes pertencem? É, naquele país, passado um século, pouca coisa mudou na estrutura do final do século XIX e início do século XX, a começar por revoltas da vacina, negacionismo, racismo, intolerância, acumulação de capital, concentração de renda, desigualdade social etc.
Lima Barreto é um dos maiores escritores brasileiros, e, como poucos, soube radiografar a vida dos subúrbios cariocas, o racismo, a discriminação, o moralismo, o determinismo, a eugenia, o higienismo e outras mazelas do Brasil, que custam a ser erradicadas, mesmo passado mais de um século. Seu clássico, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, sempre recomendo aos meus alunos do ensino médio, como um dos expoentes do Pré-Modernismo, ao fazer uma dura crítica ao ufanismo patriótico daqueles tempos da República Velha. Ler O Triste Fim de Policarpo Quaresma é sentir-se numa pequena máquina do tempo. Leitura obrigatória, atemporal e universal.
Abaixo, alguns dos autores que constam no acervo digital:
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021
Cidade Invisível: seriado que remete ao Sítio do Picapau Amarelo [em versão para adultos] e outras referências imaginárias e intertextuais: cinema, literatura, televisão, folclore e sociedade
O vídeo acima é o trailer de série brasileira da Netflix, chamada Cidade Invisível, em sua primeira temporada, que comecei a ver no streaming e achei bem criativa e intertextual, pois mostra as lendas e personagens do folclore brasileiro (Curupira, Boto cor-de-rosa, Cuca, Iara, Saci etc), humanizadas, disfarçadas, vindas da floresta, e convivendo com os humanos na cidade, envolvidas numa trama de suspense, a partir da investigação de um policial.
Intertextual, pois me remeteu a três casos semelhantes entre a mitologia, a literatura e a realidade:
- Primeiro, ao famoso O SÍTIO DO PICAPAU AMARELO, de Monteiro Lobato, uma obra-prima da literatura infantojuvenil brasileira, adaptada pra a TV brasileira nos anos 70, 80, que mostra um lugar encantado, na zona rural, onde justamente os netos da dona Benta, Pedrinho e Narizinho convivem com o Saci Pererê, a Cuca, o porquinho Rabicó e outras lendas e personagens do riquíssimo folclore nacional, além de uma boneca de pano, chamada Emília, e um sabugo de milho esquecido numa biblioteca, que adqurire vida e inteligência entre os livros, intitulado de Visconde de Sabugosa, estes dois inexistentes no seriado Cidade Invisível, que considerado um Sítio do Picapau Amarelo, numa versão adulta. Vejam a seguir o Episódio 01 - A Cuca Vai Pegar - Sítio do Picapau Amarelo (1977):
- No segundo caso, a intertextualidade é com outro seriado, da TV americana ABC, chamado ONCE UPON A TIME (Era uma vez), em sua 7ª temporada, em que as personagens dos contos de Fadas (príncipes, princesas, monstros, bruxas etc) convivem sem saber quem são, na pequena cidade de Storybrooke, pois suas memórias originais foram roubadas por uma maldição. Abaixo, o trailer da série:
- E, em terceiro, lembra também outra série (inglesa), denominada PENNY DREADFUL, em que na Londres vitoriana, as personagens dos contos de terror convivem com as pessoas da cidade. Nela se escondem o Dr. Frankestein e seus monstros, Dorian Gray, vampiros, e outras personagens góticas do século XIX, em plena Revolução Industrial. “Dreadfuls” e “Penny Bloods” eram os nomes dados aos folhetins que circulavam entre o público leitor daquela época, popularizando histórias fantásticas, sinistras e violentas. A série foi produzida pela HBO e teve 3 temporadas e um Spin-off [Penny Dreadful: City of Angels]. Abaixo, trailer da 1ª temporada da série original:
Cidade Invisível, apesar de e graças a essa intertextualidade, consegue ser criativa, autêntica e original, sem ser mero pastiche, colagem, imitação. Ambientanda entre a floresta e a cidade, com bela fotografia, ótimo elenco e roteiro, consegue cativar o espectador adulto, para a história de mistério e suspense, sem cair na mesmice.
Quando vi O Sítio do Picapau Amarelo, na infância e adolescência, era um de meus programas preferidos, junto à famosa Sessão da Tarde, aprendendo muito sobre História, Ciência e cultura em geral, a cada capítulo da série, justamente por esse trânsito do folclore, da arte e da cultura num reino encantado, o das Águas Claras. Tínhamos, então, no Brasil um reino mágico, como o de Oz, Nárnia, Terra do Nunca, País das Maravilhas e outros mais, da literatura mundial.
Memória, História, Folclore, Arte, Cultura, Literatura, Cinema e Educação transitam por esses audiovisuais e podem ser ótimos materiais para discutir linguagem (televisiva, cinematográfica, literária), leitura (de imagens e palavras), escrita (criativa, intertextualidade, referências, criatividade) etc.
Nossa bagagem de vida traz na mochila, contida, muitas destas referências cinematográficas, literárias e televisivas aliadas às experiências e vivências. Lembrei-me até da máxima de Nietzsche (1844-1900): "A arte existe para que a realidade não nos destrua".
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021
Direito e Literatura: Do Fato à Ficção [série de encontros intertextuais sobre clássicos da Literatura na perspectiva do Direito]
O vídeo acima Dom Casmurro - Direito e Literatura, faz parte da série de encontros intertextuais sobre clássicos da Literatura na perspectiva do Direito, promovida pelo programa Direito e Literatura: Do Fato à Ficção, do IHJ (Instituto de Hermenêutica Jurídica), com apoio do Programa de Pós-Graduação em Direito da UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.
No vídeo em questão, o professor de Direito faz uma relação entre as ideias de Freud e Machado, com visões semelhantes com perspectivas diferentes. E lembro que assim o ocorreu com Proust e Freud, que foram contemporâneos, e que o primeiro tratou da Memória e o outro do Inconsciente, dialogando suas obras, sem que eles tivessem sido leitores um do outro.
As ideias circulam ao seu tempo, pois como bem dizia Terêncio (cerca de 185 a.C - 159 a. C.), dramaturgo e poeta romano: "Sou humano e nada que é humano me é estranho".
Do fato à ficção, há que se pensar que o Direito (o fato) e a Literatura (a ficção), são formas de expressão. A primeira é a arte da argumentação e a segunda a arte da ilusão.
O Direito me fez aprender a usar as palavras no seu devido sentido, sem margens ao duplo sentido; já a Literatura, a metáfora, a simbologia, o imaginário são forças motrizes do escrever. O fato é matéria-prima à ficção. A teoria científica e jurídica, até comprovação, parte de uma ficção, de um modelo, de uma idealização.
Crime e Castigo, de Dostoiévski é um clássico da ficção jurídica, assim como O processo de Franz Kafka.
Nesta perspectiva, indico a série de 4 blocos sobre Dostoiévski e o Direito:
Outro ótimo vídeo da série Direito e Literatura, é sobre o livro O senhor das moscas, de William Goldin, Prêmio Nobel de Literatura:
Ampliando o debate, indico O Senhor das Moscas | William Golding | Literatura e Filosofia:
Por fim, indico trailer do filme O senhor das moscas, que tem sua versão integral no próprio YouTube:
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021
Teoria cognitiva da aprendizagem multimídia e "como otimizar o aprendizado dos alunos"? [Palavras e Imagens]
O vídeo acima, How to optimize students' learning? Cognitive Theory of Multimedia Learning (Como otimizar o aprendizado doa alunos? Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia), é um audiovisual com as ideias do professor Richard Mayer (2001), da Universidade da California, a partir de sua teoria da aprendizagem, através da associação de imagens e palavras, por um método que transforme informação em conhecimento.
Ativem, primeiro, as legendas e a tradução automática, clicando nos ícones da folha com 3 linhas e na da engrenagem, respectivamente, no canto infeior direito da janela de reprodução do vídeo no YouTube.
O vídeo com técnicas de animação, mostra de forma didática como otimizar o aprendizado dos alunos, não apenas calcado em memorização, que é um dos tipos de aprendizagem que ocorre, mas que não é tão ampla, duradoura e eficaz como a associação entre imagens e palavras, como numa mapa mental, em que ideias, conceitos, textos curtos, imagens e palavras-chave conseguem "cartografar", mapear para o aluno aquilo que é mais destacado e relevante, e, por isso mesmo, mais fácil de ser entendido, assimilado e conservado.
Richard Mayer indica que a aprendizagem na escola acontece por dois sentidos: audição (palavras) e visão (imagens), mas que o professor precisa entender o mecanismo de aprendizagem para melhor estabelecer uma estratégia de ensino e aí lembrei-me do filme PALAVRAS E IMAGENS (vejam vídeo abaixo, que produzi sobre o mesmo para meu canal Educação 3D+), em que dois professores, um de Literatura (Clive Owen) e uma de Artes (Juliette Binoche), promovem uma competição entre suas turmas para definir o que é mais importante e mais consistente para se passar ideias: se através de palavras ou de imagens. Os dois professores dividem a turma em dois grupos, que precisam pesquisar sobre o tema e defender seu ponto de vista. E o interessante é que dependendo do ponto de vista, da argumentação, da organização, ambos podem estar certos, pois têm palavras (poesias, contos, citações) que uma única imagem pode dar conta, tipo um poema de Fernando Pessoa e imagens ( como o mural de Guernicka, de Pablo Picasso) que nem precisa de palavras pra demonstrar os horrores da guerra.
Eu, particularmente, como professor que utiliza muito dos multimeios, compartilho com meus alunos, não apenas imagens e palavras, como textos, hipertextos, cenas de filme, clipes, curtas, animações, slides, poesias, gráficos, notícias de jornal, charges, tirinhas, HQs, e tudo o que possa ser associativo com o cotidiano e com o conteúdo curricular. Gosto muito de usar mapas mentais e pedir aos alunos que elborem os seus, não apenas para entrega de trabalhos avaliados, mas como forma de estudo, memorização, assimilação de conteúdo, organização de ideias etc.
Para conhecer um pouco mais sobre a "Teoria cognitiva da aprendizagem multimídia", recomendo o link abaixo do portal Porvir, onde encontrei o vídeo sobre a referida teoria:
Por que os alunos não aprendem com seus slides
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domingo, 7 de fevereiro de 2021
Alienação, desinformação e manipulação da realidade: cena emblemática de "Merlí: Sapere Aude" (Ouse ser sábio), "spin off" do seriado Merlí sobre Filosofia
O video acima, cena de episódio do seriado catalão "Merlí: Sapere Aude!"(Merlí: Ouse ser sábio), foi indicação da minha amiga Ana Maria F. P., de São Paulo, via Facebook. É um seriado derivado de outro (spin off de Merlí), cujo tema também é filosofia, tendo como protagonista uma professora de Filosofia, tal qual Merlí, da Netflix, em que um professor maduro e irreverente, utiliza-se de métodos pouco convencionais para falar de conceitos filosóficos com seus alunos do ensino médio.
Merlí: Sapere Aude (Sapere Aude, "Ouse ser sábio", em latim, tradução feita pelo colega e amigo José Antonio Orlando, do incrivel blog Semióticas) é drama adolescente espanhol/catalão criado por Héctor Lozano, com estréia em 5 de dezembro de 2019, pelos serviços de streaming. Se Merlí original tem como cenário uma escola de en sino médio, Sapere Aude mostra o ingresso de umd esses alunos na Universidade de Barcelona, no curso de Filosofia, até tonar-se professor.
A cena em questão, que trata de "alienação", foi divulgada pela página do Professor Quintela, no Facebook, e, através de comentários dos usuários, consegui localizar o nome da série e o vídeo no YouTube.
Alienação é o resultado da desinformação, que com o tempo, a partir da manipulação de dados e tudo mais, gera diversos pré-conceitos que levam aos preconceitos, ao medo, e, por conseguinte, ao ódio, intolerância e discriminação.
Por estas e outras coisas que é importante as aulas de Filosofia e Sociologia no currículo escolar, para que o aluno adquira senso crítico, estudo os principais pensadores, suas ideias e conceitos, que tenham um percurso da Filosofia, da Antiguidade à atualidade, perceba os grandes debates que surgiram, levando a sociedade a avançar em conceitos como ética, moral, cidadania, justiça, equidade e outros mais.
A cena em questão serve a diversas questões filosóficas, éticas, morais e sociais, como a aceitação do diferente ou "atrasado" pelo grupo, concordando com a opinião da maioria, mesmo que seja contrária aos sentidos. Uma espécie de Reality Show, programa em que confina pessoas em um ambiente para intrpretar papíes, nem sempre em acordo com a lógica e o bom senso, mas mais com a meta de atingir uma preçiação milionária. O fins justificam os meios? Nicolau Maquiavel, lá na filosofia renascentista dizia que o Prícipe (ou governante) deveria fazer o mal de uma só vez em o bem em parcelas, pois a população acabaria se esquecendo da maldade, relembrando as benesses em conta-contas. Em sua filosofia política, o pensador florentino, como um coach do renascimento, indicava aos governantes que, para chegar ao poder e manter-se lá, seria necessário utilizar uma série de estratégias políticas e sociais. Dentre elas a administração de problemas, visando um fim maior, mesmo que tivesse que utilizar de meios discutíveis.
O participante de um reality show pensa sem esse embasamento filosófico, mais na questão mundana, pratica, objetiva e residual: ganhar um milhão, jogando o jogo e tentando eliminar os potenciais adversários. Maquiavélico? Sim, no sentido pejorativo dessa expressão.
Sapere aude (ouse saber ou ouse ser sábio), foi expressão utilizada pelo filósofo Immanuel Kant, que inspirou o seriado:
Kant, sobre a realidade, dizia que as pessoas pessoas precisam de filtros para perceber o real, como uma espécie de óculos, em que a cor das lentes reproduz a ideologia que o usuário tem. se a lente for verde, veremos um mundo esverdeado, se for vermelha, avermelhado e assim por diante, o que me remeteu a cena do seriado "Merli: Sapere Aude", acima apresentada.
Já Hegel indicava que a realidade é o que é, mas só será compreendida em sua plenitude, com o passar do tempo, da maturidade, da experiência de vida, quado a pessoa for idosa. Vale-se da metáfora da coruja, símbolo da sabedoria, que do alto de um monte ou uma árvore conseguem enxergar tudo num ângulo de 360 graus, visto que ela consegue girar o pescoço em torno de si.
Seja através de óculos, binóculos, telescópios, microscópios, ou pela sabedoria atingida pela vivência e experiência, o ser humano só compreenderá a realidade se souber identificar as fontes de manipulação da realidade: a ilusão de ótica, a paleidolia, o discurso político, a edição de imagens de um programa televisivo, as fake news etc.
Como dizia Paulo Freire em A pedagogia da Autonomia: "A leitura de mundo antecede a leitura da palavra". Saber ler o mundo ao redor são habilidades e competências cada vez maiores nesse século XXI, em que a tecnologia da Deep Face, por exemplo, consegue colcoar o rostro de qualquer celebridade num video, editando sua aparência, voz e tudo mais. Mas para o leitor crítico de imagens e palavras, este sempre poderá desconfiar dos próprios sentidos: muitas das frases e citalões atribuídas a Clarice, Lispector, Luis Fernando Veríssimo, Arnaldo Jabor, Carlos Drummond de Andrade, quem leu os originais, saberá indetificar, pelo estilo peculiar de escrita de cada um, o real e o falso. Assim é a vida, a partir da experiência que se adquirie e o senso crítico que a Filosofia, a Sociologia, a Literatura, o Cinema, as artes e a cultura, em geral, nos proporcionam. Eis a lição!
Como escreveu em verso, Beto Guedes, na canção "Sol de Primavera"; "A lição sabemos de cor, só nos resta entender".
Abaixo, Trailer oficial de Merlí: Sapere Aude:
Indico a seguir, também um comentário sobre as duas séries, àqueles que não conhecem uma ou ambas:
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sábado, 6 de fevereiro de 2021
Retrato da Mona Lisa com dezenas de Cubos Rubik e a geometria da Arte e a lógica da Matemática em toda parte
O vídeo acima de Alex Ivanchak, recebi de minha prima Rejane Klaes, via WhatsApp, e é um interessante vídeo em que arte e matemática dialogando, através da lógica e da geometria, fazendo uma releitura da obra-prima de Leonardo Da Vinci, sua Gioconda ou Mona Lisa, reconstituída por dezenas de cubos Rubik.
Um vídeo que serve para aulas, tanto de Matemática, pela questão da lógica e geometria envolvidas, como de Artes, de Produção Textual, sim, pela organização espacial, a estrutura da imagem, o texto visual e o contexto artístico, matemático e tecnológico envolvido.
Enfim, múltiplas possibilidades, de unir o útil ao agradável, o poético ao filosófico, o artístico ao cultural.
A Matemática, assim como a Arte, estão em toda parte, basta educar o olhar.
Ivan consegue não apenas montar um quebra-cabeças com cubos Rubik, como antes disso, montar um mosaico em que cada encaixe dos cubos se encaixem na obra maior. Visão espacial, criatividade e organização incríveis.
Nçao basta apenas brincar, é preciso inventar o próprio brinquedo, em diálogo com a arte universal e atemporal do genial Leonardo Da Vinci. Um renascimento digital.
Afinal, para se falar e escrever sobre o micro é preciso enxergar o macro, para produzir um texto é necessário avaliar o contexto. Para ser particular é preciso ser universal. Entender o todo para poder falar com propriedade do caso específico e individual.
Para conhecerem mais obras do jovem Ivan, indico a seguir o link para seu canal no YouTube:
IVAN IVANCHAK E OS CUBOS RUBIK
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021
Artista Kobra valoriza a importância dos livros e da leitura em mural gigante com títulos selecionados por votação dos internautas
O vídeo acima, Kobra destaca a importância dos livros em novo mural, encontrei no YouTube, depois de ver primeiro no Twitter e achei incrível, pois vem ao encontro do que defendo há décadas, da valorização da leitura, da arte e da cultura.
Kobra é um dos artistas de rua brasileiros mais famosos e um dos mais conhecidos no mundo, com sua arte peculiar e autêntica.
A ideia, por si só é relevante e genial: selecionar primeiro 4 mil títulos de livros e colocar em votação os que seriam estampados no mural, selecionando e os 150 livros mais votados pelos internautas. Interatividade, conectividade, motivação, incentivo artistico e cultural. Apoio à leitura. Enfim, diversas possibilidades em uma única ação.
Conforme reportagem do canal de vídeos da TV Brasil: "Uma escola na cidade de Sorocaba, no interior paulista, ganhou um mural pintado pelo artista brasileiro Kobra. Antes de começar o trabalho, Kobra fez uma enquete e recebeu a sugestão de quatro mil livros nacionais que poderiam ser retratados. Para pintar a superfície de 22 metros de altura por onze de largura, o artista contou com apoio de duas pessoas e utilizou 350 latas de spray e 20 galões de tinta. O artista urbano é conhecido mundialmente por já ter pintado murais em dez estados brasileiros e em outros 35 países. Na imagem final, o mural mostra um menino à procura de um livro. Os cento e cinquenta livros mais votados ganharam espaço na estante, que agora pode ser vista a dezenas de metros de distância".
Sempre destaco escolas que usam os muros de suas instituições para a arte urbana, principalmente, quando esta é feita por alunos, professores e integrantes da comunidade. Faz com que o prédio público seja visto como integrante, não apenas da paisagem, mas da própria sociedade. Escolas em que os muros são grifitados, em sua maioria têm suas obras preservadas e valorizadas pelas comunidade. Professores que utilizam-se da arte e cultura em seu fazer pedagógico, conseguem desenvolver projetos riquíssimos com seus alunos, descobrindo talentos na sala de aula: alguns tímidos, outros que precisam ser valorizados, outros que até desocnheciam o potencial que possuíam. Música, dança, esportes, literatura, cinema, teatro, e tantas expressões artísticas e culturais que são linguagens corporais e sociais.
Uma obra pictória sobre obras literárias. Um espelho dentro de um espelho, pois sabemos que a arte é reflexo da sociedade. Livros e telas são janelas para outra dimensão, para outra realidade, que embora simulação do real, que atingem a eternidade, transcendem ao seu autor. Guernicka, de Picasso, por exemplo, é um mural impactante e avassaladora, que numa imagem comovente, fala mais que mil livros. Existem também livros que em sua narrativa conseguem pintar da imaginação do leitor telas de um realismo brutal.
Sou suspeito, pois herdei de meu pai pintor, o amor pelas artes plásticas e de minha mãe professora, o amor pela literatura e a educação.
Já dizia o poeta Ferreira Gullar (1930-2016): "A Arte Existe Porque a Vida Não Basta".
Muito antes, Friedrich Nietzsche (1844-1900), disse: "A arte existe para que a realidade não nos destrua" (Friedrich Nietzsche, 1844-1900).
Para conhecer mais um pouco do trabalho de Kobra, indico a reportagem no link a seguir:
Kobra cria mural inspirado em obras literárias como forma de incentivo à leitura no interior de SP
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com
José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coljuna à direta desta postagem.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
"Reiniciado": sensacional metalinguagem cinematográfica em curta de animação para refletir sobre o avanço tecnológico na perspectiva da Sétima Arte e da Educação
O vídeo acima, Rebooted (Reiniciado, tradução livre), é um curta-metragem de animação genial, pois mostra toda a mecânica da Sétima Arte, de uma tela dentro de outra, como espelho da realidade, do micro ao macrocosmo, da fantasia ao outro lado da tela, em planos-sequência incríveis, mesclando diversas técnicas, de animação em stop-motion, time-lapse, animatronic etc; com personagens de carne e osso contracenando com personagens artesanais e virtuais, num diálogo intertextrual de técnicas artesanais com digitais.
O curta que tem roteiro e direção de Michael Shanks e produção de Chris Hocking, Nicholas Colla, LateNite Films, mostra o cotidiano de uma antiga estrela do cinema que envelhece e tenta conseguir novos papéis. Phil, o esqueleto que já foi vilão, busca emprego na Hollywood moderna, tendo a consciência que ele é fruto de truncagens e efeitos especiais desatualizados.
Considero também um curta que se presta a uma metáfora sobre a vida de um professor que mantém sua metodologia e didática como no passado, sem atualizar nem se integrar ao mundo digitalizado das TIC, Mídias e redes sociais, que são utilizadas pelo jovem alunado.
O professor que não se atualiza em sua didática e metodologia, em tempos de tecnologia da informação e da comunicação, de mídias e redes sociais, será uma peça de museu e é questão de tempo. O ensino mecânico e robotizado, será facilmente substituído por qualquer algoritmo e Inteligência Artificial. Todavia, o bom ator social, que é o professor criativo e interativo, conectado com seu aluno, este, é possível afirmar de antemão que nenhuma máquina poderá fazer alguma simulação ou substituição.
Como numa escola, o curta mostra, de forma contextualizada, como as técnicas de filmagem foram evoluindo e sendo substituídas, demostrando a evolução do artesanal para o analógico e depois para o digital. Porém, devemos ter o cuidado com esse discurso do moderno pelo moderno, o novo pelo novo, pois nem toda novidade é de fato inovação. Sempre repito aos colegas, alunos e amigos que inovar é transformar algo já existente num outro conceito, ideia ou uso diferenciado do original. Não podemos achar que a Inteligência Artificial, por exemplo, superará mais de 2.500 anos de Filosofia, pois tudo é percurso e acumulo de informações que geram conhecimento. O bom professor se adapta às mudanças, preservando o que é atemporal e universal.
Como no cinema, a escola teve abvanços tecnológicos com o passar do tempo, desde a aula expositiva ao material manuscrito, depois mimeografado, o projetor de slides, as lâminas ou transparências do retroprojetor, até ao projetor multimídia (datashow), a internet, o computador, videoaulas, a nuvem digital e tudo mais.
Todo novo ano leitov é um processo de reiniciar a vida e reinicializar o computador pessoal de professores, pais e alunos.
A própria IA, por exemplo, está abrindo novos campos de atuação, na própria filosofia, no direito, no cinema, no cotidiano.
O curta é sensacional, pois traz dois planos de leitura, entre o estúdio de cinema e a escola, que é o espelho/tela da sociedade. E há um diálogo constante entre a sétima arte e a arte do ensinar e do aprender em comunidade.
A cena num bar, em que Phil, o esqueleto de stop-motion divide mesa com o dinossauto, tipo animatronics, é emblemática, principalmente quando estes dois encontram outras personagens, cada qual com sua técnica de animação, já ultrapassada. Uma ode ao cinema e aos animadores, além de um resgate histórico e da memória do cinema.
Eu sou, de certa forma, um dinossauro da educação, pela questão temporal... Estou há mais de 30 anos na educação, e retornei a ela quando muitos de meus colegas já se aposentaram, sendo colega de jovens que poderiam ser meus filhos. Mas estou sempre rejuvenescendo nas trocas que faço com meus alunos adolescentes, usando clipes, curtas, cenas de filme etc, do meu imaginário em trânsito e diálogo com o deles. O seriado Cobra Kai é um exemplo disso, de como o choque de gerações pode se tornar também um bom espaço para trocas e interações, ao mesmo tempo que aprendemos e ensinamentos uns com os outros, em comunhão, como dizia Paulo Freire.
Para finalizar essa postagem um tanto quanto nostálgica, considero a cena da revolta das personagens contra o estúdio que não os quer mais algo hilário demais, pois eles literalmente se moldam aos humanos em seus ataques.
Contudo, há que se ver nas entrelinhas que destruir essa história é destruir a própria memória do cinema e boa parte do imaginário da população do século XX para cá, com todos seus arquétipos e estereótipos construídos diantes das telas dos mais variados tamanhos.
Assim ocorre igualmente com a educação e outras áreas do conhecimento, se renegarmos o passado a mera peça de museu, e não um processo cíclico, continuado e de reinvenção. O termo Rebooted (Reiniciado) neste caso, tem tudo a ver com essa reflexão pedagógica e tecnológica. Por isso, considero a cena final um primor de lirismo, redenção e esperança, e bom humor, quando o esqueleto do cinema se vê relfetido num brinquedo igual a si, nas mãos de uma menina num trem. O eterno recomeço... Ou não, através do imaginário da snovas gerações de diretores de cinema e professores que fazem de seu ofício uma arte em toda parte. ;-)
Indico logo a seguir, link para o famoso vídeo "Atrás das cenas", em que mostra como o curta-metragem foi feito:
Observação: Ativem as legendas e a tradução, clicando nos ícones da folha com 3 linhas e da engrenagem, respectivamente, no canto inferior direito da tela de exibição do vídeo no YouTube.
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil.
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José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coljuna à direta desta postagem.
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021
Cursos gratuitos com certificação para professores e estudantes de licenciatura: CAPES e UEMA abrem 50 mil vagas para ensino virtual
A imagem acima é uma das que fazem parte do Catálogo de Cursos gratuitos, on-live e com certificação, promovidos pela CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, vinculada ao MEC e UEMA - Universidade Estadual do Maranhão, que abriram 50 mil vagas para ensino virtual, destinado a professores (ensino público e provado) e estudantes de todas as licenciaturas, como forma de qualificação continuada da Educação Básica, no Brasil.
Esta indicação foi feita pelo colega e amigo Vágner Nunes, professor de Física em Rio Grande (RS), Brasil, via grupo de professores no WhatsApp.
São diversos cursos na área da educação, como Neuropedagogia, Psicologia Orignizacional, Desenho Instricional para Ensino On-Line, Produção de Video-Aulas etc.
Conforme notícia no portal do MEC - Ministério da Educação do Brasil: "A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) abriram 50 mil novas vagas para capacitações on-line, gratuitas sobre ensino virtual. Como Produzir Videoaulas, Mediação em Educação a Distância (EaD), Desenho Didático para o Ensino On-line, Multimeios em Educação e Psicologia na Educação são os temas oferecidos aos professores da educação básica e alunos de licenciatura. Ao todo, o convênio terá 300 mil vagas."
Ainda, segundo a notícia: "A capacitação foi pensada para apoiar os educadores no uso das ferramentas on-line em sala de aula. As técnicas aprendidas poderão ser aplicadas tanto nas aulas virtuais, durante a pandemia de COVID-19, quanto no retorno ao ensino presencial."
Para maiores informações indico o link da notícia, na íntegra, logo a seguir:
CAPES E UEMA ABREM 50 MIL VAGAS PARA ENSINO VIRTUAL
Abaixo, algumas imagens do catálogo, e, em seguida, link direto para cadastro e inscrição, onde o professor ou estudante interessados, poderão abrir uma conta gratutita:
CATÁLOGO DE CURSOS
Em tempo: Para testar o sistema, ambiente e cursos, fiz cadastro, já que sou professor, me inscrevi em alguns cursos e são ótimos! Recomendo pela qualidade das aulas virtuais, dos materiais e avaliações.
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