A poderosa cena acima é de episódio da série britânica "Waterloo Road" que dramatiza situações do ambiente escolar, não apenas do Reino Unido, mas que poderia ser reflexo das escolas brasileiras e outras nacionalidades, pois traz um diálogo entre dois professores que poderiam estar vivendo e trabalhando em uma escola de qualquer país, pois a realidade da maioria dos educadores, transformados por um sistema mecanizados, robotizado é de torná-los "burocratas do saber" inundados por diversas pressões e atividades mais administrativas do que pedagógicas: aprovação por causa de índices que remetem a verbas públicas ou privadas; diversas planilhas, dados que deveriam ser tabulados e analisados por outros setores; planejamentos detalhados que consomem tempo para preparação de materiais didáticos e pedagógicos; poucos recursos metodológicos e de infraestrutura; baixos salários e falta de incentivo; carreira desvalorizada e atacada por extremistas etc.
Uma reflexão profunda, realista e necessária que trago do Instagram do perfil Coração de Professor, neste Dia do Trabalhador [01/05], que é uma questão atemporal e universal: a valorização da educação, a defesa de um plano de carreira que motive e reconheça o valor dos educadores, o papel social relevante do professor e muito mais.
Ser a realidade da sala de aula, da escola, da própria educação fosse televisionada, como num reality show, teria tamanha audiência como nesses programas que simulam fofocas com atores canastrões numa mansão sem nada fazer durante meses? Com certeza "há mais coisas entre o céu e a terra que pode supor nossa vã televisão"...
Este vídeo é uma necessária provocação pedagógica e social, pois uma sociedade adoecida acaba adoecendo seus integrantes [o número de professores afastados por problemas de saúde mental ou que se demitiram só vem aumentando]. Um mundo individualista, consumista, narcisista combate uma educação cidadã, emancipadora, solidária. Escola é uma fábrica de sonhos não uma indústria de consumidores e de mão de obra barata para o mercado. Escola não é mero preparatório para outras instâncias: universidade, trabalho. Escola promove socialização, valorização de talentos, senso crítico, habilidades e competências para a Vida e para o Mundo! Pra que estudar física, matemática, química, biologia, história, literatura, sociologia, filosofia, artes? Pra não ser um negacionista, terraplanista, ora bolas! Para que nessa grande fábrica de sonhos a matéria-prima [o aluno] durante sua "linha de produção" de informações, geral ao final do processo, não um produto comercializável, mas um conhecimento geral, e não a cultura inútil de dancinhas e vídeos monetizaveis nas redes sociais digitais.
A escola é uma das primeiras redes sociais, após a família! E como tal, seu papel é fundamental na construção de valores e limites, muitas vezes sonegados aos jovens no período anterior ao ingresso no ambiente escolar. O papoel social da educação é de instrução, a educação em sentido ampla cabe primeiro à família, que tem terceirizado às "babás eletrônicas" [smartphones, videogames, tablets etc], como visto em outro seirado britânico, chamado ADOLESCÊNCIA. Um chamado à realidade dramática que muitas escolas e professores estão vivenciando mundo afora. Pausa pra reflexão...
Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direita desta postagem.