terça-feira, 26 de maio de 2020

Inferência e imaginário: como o elenco de "Stranger Things" reage a brinquedos brasileiros, valendo-se da memória e das equivalências sociais




O vídeo acima, Elenco de Stranger Things reage a brinquedos brasileiros, que descobri no YouTube, trata-se de um divertido e surpreendente experimento social entre duas culturas: a brasileira e a estadunidense.
A entrevistadora juvenil brasileira conversa com os jovens astros do famoso seriado da Netflix e vai apresentando a eles alguns de nossos populares brinquedos. Inicia com a curiosa peteca, de peça de jogo de praia que é comparada a um espanador; depois é mostrado o boneco Melocoton, que é associado à figura do dinossauro Barney do canal Discovery Kids; em seguida, o simpático dinossauro Horácio, da Turma da Mônica, do cartunista Maurício de Souza, lembra aos jovens do hemisfério Norte o Yoshi, do jogo Mário Kart; quando é indicado o boneco Fofão, que paradoxalmente chegou a ter programa de TV infantil no Brasil, a memória cinematográfica dos astros juvenis remete a Chuck, o brinquedo assassino, filme de terror dos anos 1990; por fim, o coelho azul da Turma da Mônica é confundido com o coelho Pernalonga aos cartoon's do estúdio Hanna & Barbera.
Pela inferência é possível promover essa associação. Por INFERÊNCIA temos "o raciocínio concluído ou desenvolvido a partir de indícios. Processo intelectual e dedutivo pelo qual é possível chegar a uma conclusão por conta de premissas" [Dicio.com.br].
Um experimento que serve para discutir aspectos da arte e da linguagem, bem como as relações de comunicação e associação de ideias, a partir das referências e equivalências culturais de cada povo e o imaginário coletivo universal.
Os jovens de lá, sem conhecer os brinquedos dos jovens de cá, fazem uma aproximação a partir da bagagem sentimental deles, do conhecimento prévio que possuem.
Pensando no contexto escolar, podemos, enquanto educadores, e, principalmente, das áreas das linguagens em geral, e, de produção textual, em específico, propor formos de organização de textos, levando em conta o conhecimento prévio que o aluno traz, como repertório e referências para a construção de uma Redação, por exemplo. Se não domina o tema proposto, nem conhece os materiais de apoios indicados, o aluno poderá promover um diálogo intertextual, por conta de sua memória afetiva, incorporando elementos culturais, como clipes, curtas, livros, canções etc para a persuasão do leitor/avaliador.

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