domingo, 3 de maio de 2020

Professor Digital versus Professor Robotizado: docência humanizada e inteligência artificial na educação




A imagem acima, "PROFESSOR DIGITAL VERSUS PROFESSOR ROBOTIZADO: docência humanizada e inteligência artificial na educação", elaborei especialmente para esta postagem, em função de notícia que li, com links ao final, para a reportagem, parceria da Agência Pública com o jornal Folha, que trata sobre faculdade que substituiu professores humanos por robôs, valendo-se da Inteligência Artificial para a correção de textos, sem que os alunos soubessem.
Antes de adentrar ao tema em questão sobre docência humana e inteligência artificial na educação, gostaria de pedir a assistência e reflexão sobre O Discurso de O GRANDE DITADOR (1940), filme de Charles Chaplim, numa nítida crítica ao autoritarismo e totalitarismo, em que diz entre outras coisas que, "Mais do que máquinas, precisamos de humanidade":



Sem querer entrar no mérito da notícia, cujos link's seguem ao final desta postagem e cada um faça seu juízo de valor, o objetivo desta breve reflexão é pensar numa questão que me acompanha desde que era apenas estudante e leitor de ficção científica, primeiro as de Júlio Verne, depois as de H.G. Wells, Lovercraft e Isaac Asimov e seu famoso "Eu Robô!" [vide cena do interrogatório de uma máquina por um humano, sobre as emoções humanas]. Nestes livros e filmes, a questão da Inteligência Artificial já estava presente e, muito antes deles, em Mary Shelley e seu Frankenstein, e antes disso, lá na mitologia grega. Contudo, mais do que máquinas, todos eles tratam da condição humana perante às novas tecnologias.



Todavia, cada vez mais a realidade imita a ficção, dando vida a diversas invenções, fruto da imaginação e das teorias científicas correntes à época da produção dos mais variados textos literários.
Faz tempo que digo, em postagens em blogues que nem estão mais ativos e neste aqui, de que "PRECISAMOS HUMANIZAR AS MÁQUINAS E NÃO ROBOTIZAR AS PESSOAS", ao mesmo tempo que falo que não temo que as máquinas, os algoritmos e a Inteligência Artificial venham a substituir os bons professores. Porém, os burocratas do saber, que propõem aos alunos práticas mecanizadas, repetitivas, sem alma, conteudistas preocupados apenas com dias letivos e horas aulas dadas em espaços e tempos que ainda simulam as escolas do século XIX, em pleno século XXI, estes sim, correm sério perigo de EXTINÇÃO e/ou substituição por softwares, aplicativos, programas e outros recursos tecnológicos. O próprio YouTube, que considero uma pequena máquina do tempo, poderá ser utilizado, tanto como aliado eficiente para complementar aulas ou como mero substitutos do professor que adotam o "enrolation", usando TV, internet etc para preencher tempos e espaços e não para promover leituras críticas e escritas criativas junto ao alunado.
O professor que for um burocrata do saber e que tenha uma prática escolar mecânica e repetitiva, provavelmente, se substituído por uma máquina, nem terá essa situação percebida pelo alunado que se acostumou com essa metodologia e didática.
Neste tempo de isolamento e distanciamento social, em que muitas escolas e professores estão se adaptando a nova realidade e que todos estão reaprendendo a ser professores e alunos, aquele MITO de quem a HOMESCHOOLING e a EAD poderiam substituir escolas físicas, ensino presencial e os professores mostrou-se uma falácia, já que os pais e/ou responsáveis, por mais bem interessados que seja, não tem formação nem bagagem multidisciplinar para dar conta da formação continuada de seus filhos.
Toda tentativa de substituir um professor humana por máquina será uma simulação, como um jogo de computador. Um jogo de futebol para videogame, parece muito com o real, imita com impressionante semelhança a fisionomia dos jogadores humanos, seus trejeitos, dribles, comemorações. Mas não há emoção maior que assistir um jogo do que em um estádio de futebol; uma peça num teatro, uma aula diante de alguém de carne, osso, memórias, histórias, empatia, ironia, afetividade e muito mais. Vide entrevista de Sofia, uma Inteligência Artificial que imita o humano, mas apesar das respostas curiosas para as perguntas, é apenas um programa rodando sobre uma base de dados, como um enxadrista digital valendo-se de todas as jogadas já feitas por todos os jogadores de xadrez do mundo, mas que um jogador criativo poderá a colocar em xeque mate, com algo novo.



O bom professor sabe como poucos diferenciar o criativo e original, da cópia e da simulação; conhece o estilo de escrita, desenho, produção de seu alunado, ainda que sejam turmas cheias ou pequenas. Seu conhecimento de mundo, de vida e das pessoas, das turmas que convive diária e semanalmente fazem do educador um especialista nisso, algo que a IA parece só descobrir quando vê textos plagiados, tipo "ControlC + ControlV".
Enfim, o PROFESSOR DIGITAL, aquele que vale-se de multimídias, redes sociais, vídeos diversos, clipes, cenas de filmes, recortes de revistas, livros impressos ou digitais, campanhas de publicidade, e todo tipo de artefato artístico e cultural em seu fazer pedagógico, este jamais correrá risco de substituição por uma entidade robótica, androide, qualquer tipo de simulação humana de EDUCADOR, que independente da área de estudo, é um filósofo, um contador de histórias, um ator social e muito mais.
Entretanto, o professor robótico, mecanizado, focado apenas na memorização, vulgo, "decoreba", que não desacomoda o aluno, tanto da sala de aula convencional - em saídas de estudos ou atividades em ambientes diversas dela, como laboratório de informática, de ciências, biblioteca escolar etc -, este está com os dias contados, pois já sofre concorrência acirrada de Google, YouTube, youtubers, influencers digitais, coachs, app's e outros mais.
Tive ótimos professores que utilizavam de tecnologia em sala de aula: quadro, giz, rádio, TV, revistas, recortes, livros, livros didático, além de saídas de estudos e foram maravilhosos. A própria tecnologia deve sempre ser aliada, ferramenta, auxílio e não bengala, como disse João Monlevale. A criatividade sempre será o diferencial entre um professor, digital ou não.
Para complementar essa reflexão, indico a reportagem, acima mencionada, nos dois links abaixo:

Faculdades da Laureate substituem professores por robô sem que alunos saibam

Laureate usa robôs no lugar de professores sem que alunos saibam

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