domingo, 7 de abril de 2024

Os Empregos Acabaram (e isso é uma excelente notícia): para Luli Radfahrer "vai sobrar aquilo que a máquina não é capaz de automatizar"




O vídeo acima, Os Empregos Acabaram (e isso é uma excelente notícia), e trata-se de palestra de Luli Radfahrer ao TEDxSaoPauloSalon, trazendo muita ironia, algumas pitadas de sarcasmo, e algumas provocações tecnológicas, filosóficas, sociais e culturais nesses tempos de algoritmos, inteligências artificiais, drones e tudo mais.
Luli é Mestre e Ph.D. em Comunicação Digital, consultor de inovação digital e comunicação colaborativa, além de professor e colunista de jornal.
Sua fala traz diversos tópicos que podem promover debates em coordenadores pedagógicos e de RHs, professores e recrutadores de mão de obra, etc. Primeiro, uma constatação: com o avanço das novas tecnologias digitais e a questão dos empregos, "vai sobrar aquilo que a máquina não é capaz de automatizar", e aí que entro nesse papo. As AIs, por exemplo, estão entrando para eliminar em curto prazos boa parte das profissões, seja de operador de telemarketing a nutricionistas [existem aplicativos para isso], de designer a dubladores e outras mais, mas no que a automação não puder fazer, as IAs continuarão a ser coadjuvantes. O protagnonismo será dinate de pessoas rotobitzadas, superficiais. Os que foram criativos serão como o Hogn Connor enfrentando o Complexo Global Skynet que, ironicamente, poderá ser chamada a revolução tecnológica atual com a IA assumindo diversos papeis profissionais.
Luli teme o que chama de "datacracia", ou seja, poderosa base de dados e inteligência de dados que irão transformar as relações de emprego, comércio e muito mais, que nem imaginamos ainda. E que esse "remédio poderá matar o doente", no sentido que eliminará muitas e muitas profissões.
Entretanto, apesar dos alarmes, sabemos que o ser humano é imprevisível, e não existe nenhum algoritmo que, por mais que tente, possa simular essa lógica humana, que desafia a nós mesmo, já que somos incapazes de prevermos nossas reações para o bem ou mal, em determinados contextos, por mais que sejamos a pessoa que mais nos conhece nesse mundo. E isso, que é ilógico, poderá ser nossa tábua de salvação pra enfrentar datacracias: a inspiração, a criatividade, o improviso, a adaptação...
Quem se deixar dominar pelos algoritmos não terá salvação, pois qualquer máquina faz mais e melhor coisas repetitivas, mecânicas, que requerem análise veloz de uma elevada quantidade de dados. Mas coisas mais metafísicas, subjetivas, intimistas requererão analistas humanos que saibam dar conta de dilemas que nos acompanham desde os primórdios e continuarão nos seguindo adiante: quem somos, de onde viemos, para aonde iremos e otras indagações filosóficas, por exemplo.
Antes, o sonho de crianças e jovens era ser escritor de livros como Harry Potter; hoje, serem influencers, tiktokers, youtubers, pois novas tecnologias transformaram o contexto social. Mas por experiência própria, posso dizer: o blog já foi uma ferramenta de jovens exporem seus sentimentos num diário virtual e público, até que educadores se apropriaram da ferramenta para seu diário de bordo educativo, sendo depois imitandos por jornalistas, celebridades, esportistas, políticos. Vieram depois outros tipos de redes e mídias sociais digitais: Orkut, Facebook, Instagram, LinkedIn, Twitter, Tik Tok etc. Já dizia Lavoisier que nada se cria, nada se perde, tudo se transforma...
Assim sendo, o desafio dos profissionais, dentre eles os professores, será se adaptar a esse Admirável Mundo Novo, que Huxley previu com quase um século de antecedência. Para ele, lá nos anos 1930, “A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga.” Na contemporaneidade, somos tratados pelas DATACRACIAS das Big Techs como usuários, consumidores, narcisistas e alguns livros já se debruçaram sobre esse fenômeno, como A MÁQUINA DO CAOS, de Max Fisher e OS ENGENHEIROS DO CAOS, de Giuliano da Empoli, que recomendo leitura, para ampliar horizontes e reflexões sobre o mundo em que vivemos.

Observação:
Esta postagem é de autoria de José Antonio Klaes Roig, professor, escritor e poeta, além de editor do blog Educa Tube Brasil. http://educa-tube.blogspot.com José Antonio Klaes Roig ou Zé Roig, como gosta de ser chamado, possui o Prêmio de Professor Transformador [2020] e seu blog Educa Tube Brasil, o Prêmio de um dos melhores blogues educacionais do Brasil [2020], conforme selos estampados na coluna à direta desta postagem.

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