sábado, 19 de janeiro de 2013

Holodeck: Uma Viagem Fantástica ao Fabuloso Mundo da Educação





A imagem acima, que descobri visitando o portal Hypescience, é ilustração de uma tecnologia que ainda não existe mas poderá revolucionar, não apenas o mercado dos jogos eletrônicos, mas para o do Educa Tube, num futuro não tão distante assim, principalmente a educação.
Trata-se do "Holodeck", que conforme notícia no portal Hypescience, em matéria sobre as 27 ficções científicas que se tornaram fatos científicos, "(...) é uma espécie de “caverna digital“, uma das tecnologias futuristas apresentadas na série de ficção científica “Jornada nas Estrelas”. A patente sugere que a Microsoft quer levar os games para além da tela única, e transformá-los em uma experiência imersiva – com holografia por toda a sala, aproveitando até mesmo os móveis, expondo gráficos ao redor dos jogadores, etc., para criar um ambiente complexo."
Ou seja, uma espécie de Matrix, em que o jogador se transformaria literalmente na personagem viva daquele jogo, semelhante ao que se vê no filme citado.
Primeiramente, creio que pelo caráter visionário de Gene Roddenberry (1921-1991), criador de Jornada nas Estrelas, que imaginou o comunicador (moderno fone celular), uma equipe internacional no comando de uma nave interplanetária (a mítica USS Enterprise, em plena Guerra Fria, décadas antes da criação da Estação Especial Internacional), seria justo pagar direitos autorais para os herdeiros do escritor que quase tudo que imaginou tornou-se realidade, exceto "ainda" o teletransporte. A vida, neste caso, literalmente, imita a arte. E a tecnologia imita a ficção.
Dentro deste contexto ainda futurista, penso nas possibilidades de o Holodeck ser usado não apenas na recreação, mas principalmente na Educação. Imaginem só um videogame em que nos transformamos como a personagem do filme Tron (que revolucionou os filmes de ficção com seu visual, técnica e temática), e podemos vagar pelos cenários os mais variados, como Roma antiga e outros períodos históricos para dar uma aula de História, ou paisagens do Google Earth para aulas de ciências, geografia, biologia, mas em 3D e como se estivéssemos realmente lá. Uma verdadeira Matrix mesmo, com fundo educacional. Pensem nos efeitos de rotação e troca de ângulos de câmera que possuem os jogos de futebol para videogame, no "replay", em que temos a visão do jogador, como se estivéssemos dentro do jogo mesmo, podendo girar o cenário em todas as direções. Seríamos como a personagem de outro filme, chamado O Passageiro do Futuro.
O Holodeck, quando existir de fato, se adaptado à educação, penso que poderia unificar estes recursos já existentes, só que em uma versão e uma plataforma (console) que promova esta inclusão do usuário (educador e educandos), promovendo a interação de diversos recursos como Google Earth e Maps, Second Life, Tron, Matrix, Xbox 360 etc... numa experiência de imersão, não apenas no jogo, mas no jogo do saber, da aprendizagem, do ensino, da informação que gere conhecimentos múltiplos, ao educador e seus educandos; até a comunidade escolar participando, se pensado este jogo em rede de computadores, não apenas restrito ao espaço escolar. A escola se tornando uma rede maior e além do tempo e espaço físicos.
E vejam bem, o Educa Tube não esta sendo tão visionário, como Gene Roddenberry, pois estas tecnologias já existem, faltando apenas a unificação em um formato, como o Holodeck, que permita essa imersão em 360 graus.
O cinema está repleto de filmes que, ainda na ficção, promovem esta imersão, como os já citados Tron, O Passageiro do Futuro, Matrix, mas conversando com a professora Andréa Barreto, educadora do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, e editora do blog Dicas de Ciências, sobre um filme antigo, de 1966 (com Raquel Welch) e refilmado nos anos 1980 (com Rick Moranis, chamado Querida, Encolhi as Crianças), que ilustraria isso, chamado Viagem Fantástica, que trata-se justamente de uma aula cinematográfica de ciências, através de uma viagem ao interior do corpo humano, por uma equipe de cientistas em uma nave que é miniaturizada.
Enfim, imaginem jogos temáticos criados para a educação, com rico potencial para brincar e aprender ao mesmo tempo. Uma imersão na informação que geraria conhecimento múltiplo a todos. Afinal, parafraseando versos de Renato Russo, ex-líder e vocalista da banda Legião Urbana, em sua canção Índios: "O futuro não é mais como era antigamente". Provavelmente inspirado tais versos em máxima de Yogi Berra: "O futuro não é mais como costumava ser." De fato, nossa visão do futuro, a cada década e a cada invento tecnológico nos faz ir além das expectativas presentes. Cada geração tem sua visão do futuro. O próprio Berra dizia: “Previsões são dificílimas. Em especial quando se trata do futuro.”
Enquanto este futuro e o Holodeck não chegam, não custa sonhar e especular estas possibilidades tecnológicas e educacionais. E para dar vazão a isto, localizei no You Tube um curta-metragem de ficção científica, feito na Holanda, em que é possível, através de uma cena, perceber como o Holodeck poderia ser. Vejam e reflitam também. Chama-se Lágrimas de Aço (vide abaixo)



Sinopse do curta holandês:
"Em uma Amsterdã tomada por robôs, uma equipe de cientistas procura compensar um evento ocorrido 40 anos antes que está por trás desse cenário de destruição. “Tears of Steel” (“Lágrimas de Aço”) foi produzido com financiamento coletivo (crowdfunding) e usou o software livre Blender para criar efeitos 3D impressionantes".
O grande desafio da educação e dos educadores não é simular a realidade através de jogos eletrônicos, nem fazer do ensino algo mecânico e robotizado, tampouco encarar as maquinas como extensões humanas. Mas humanizar o processo de ensino-aprendizagem, em que as tecnologias, reais e as que ainda nem existam, possam ser complementos do ato de educar, que é dialogar, estabelecer trocas de experiências de vida, de trabalho, de convívio social, que por mais que as máquinas evoluam, não creio (além da ficção científica), que poderão um dia ter emoções e tornarem-se humanas como um bom educador, seja ele pai ou professor.
O importante é não perder a noção de real e de ficcional, como acontece no filme 13º. Andar, em que criador e criatura se fundem e se confundem. Mas que a recreação e a educação, possam ser experiências imersivas, prazerosas e relevantes a todos.
Esta postagem especial do Educa Tube é fruto de uma conversa informal, via redes sociais, principalmente Facebook, em tempo real, com a professora Andréa Barreto, que depois de algumas trocas de ideias online chegamos ao acordo de produzir cada qual um post em seus blogs sobre o tema, convidando posteriormente outros colegas e amigos para esta "imersão" sobre tecnologia e educação.
Vejam logo abaixo, link para a postagem da professora Andréa Barreto em seu blog:

Tecnologias da Ficção, ideias para a Sala de Aula, no Dicas de Ciências

5 comentários:

  1. Opa José Roig,

    Eu ainda não vi os filmes :-( Mas acho que em educacão temos que refutar qualquer tecnologia que seja proprietária pois ela te prende a um distribuidor e a uma plataforma. Se em última análise a educação deve nos libertar, então ela deve seguir por caminhos sempre livres :-)

    Sobre imersões virtuais eu penso que faz sentido quando a experiência real é cara ou perigosa. Como visualizar a implosão de um núcleo de estrela? Imersão virtual é necessário.

    Como visualizar o funcionamento de um reator nuclear? Uma imersão virtual é necessária.

    Como intergarir com o espaço da sala de aula e com os colegas? Pô, interagindo no mundo real!

    Simular uma mundo imaginário, desnecessariamente, é um escapismo do nosso mundo real, que me parece ruim.


    Eu sei, eu sou chato de um minimalista! Só devemos usar o mínimo de tecnologia para se alcançar os fins (educativos) e não se determinar os fins educativos em função da tecnologia (ou hype) do momento.

    Em tempo, eu uso umas simulações em Java (rodam no navegador) quando não é possível realizar um experimento para os alunos. Mas, o menos pra mim, a simulação é sempre o plano B.

    No ensino de ciências isso é crucial, pois o aluno acaba acreditando que os modelos científicos são a realidade, mas são apenas modelos, pois a realidade, em tese, não pode ser desnudada por modelos :-)

    E sim, eu ainda vou ver os filmes :-)

    abração e parabéns pela iniciativa de trazer essas conversas para fora dos jardins murados do FB :-)

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    1. Oi, Zé e Sérgio, é com uma enorme satisfação que faço parte dessa rede do bem. Já imaginaram isso na prática? Uma sala de aula estilo holodeck? Onde a gente faz com que o aluno vivencie o seu objeto de estudo ? No lugar de falar do ecossistema do Ártico, vamos ao Ártico via o holodeck! O menino vai sentir o frio, vai sentir o cheiro, vai ver o branco do gelo, vai se deparar ( sem perigo) com um urso polar,... Gente, eu quero isso!

      Beijos

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    2. Caro Sergio, concordo com algumas de tuas colocações, tanto que sempre digo que educação pe universal, além fronteiras administrativas, sejam públicas ou privadas, federais, estaduais ou municipais. Que o ideal é pensar sim, em modelos livres, mas não podemos deixar de pensar que tudo é conhecimento humano, e que alguns são desenvolvidos e requerem custos, investimentos. Mas as tecnologias têm que ser pensadas como apoio e não finalidade. Como educador e formador de professores,e eventualmente em projetos de aprendizagem, como parceiro de outros educadores e seus alunos utilizo sempre 4 ambientes distintos, para diferentes imersões: sala de aula, laboratório de informática e/ou ciências; biblioteca escolar e saídas de campo, justamente para não ficar retido, contido apenas um ambiente. Mas quanto a usar o mínimo de tecnologia, ai não tanto, pois ai, parece-me que é um processo irreversível,já que o aluno esta num mundo dominado pela TIC e precisamos dar sentido educacional a celulares, web e tudo mais... Não acho escapismos, por exemplo, dar uma aula de história e geografia, via Google Earth, já fiz com colegas e suas turmas e o resultado foi motivador para todos. Visitamos Paris, depois Rio Grande, aqui no extremo sul do país, sem custo algum, e deixamos a cargo dos alunos refletirem sobre questões históricas, políticas, sociais e geográficas... Ficar apenas em abstrações é complicado com uma geração audiovisual... Acredito e tenho defendido muito a ideia de que não são os alunos que devem vir para Em algum lugar do passado, mas nós, educadores, ir De volta para o futuro, usando ou não as TIC, mas evitá-las, me parece improvável. Dependendo do tema e situação, o minimalismo pode até surtir efeito, mas não em todas. Da mesma forma que apenas usar TIC sem uma proposta adequada, mais atrapalha que ajuda... Outro exemplo de tIC na prática, foi quando trabalhei a Música Minha Alma, do grupo O Rappa, que trata da violência na favela, quase um curta-metragem, e o livro O Cortiço (material impresso) com alunos do ensino médio, mostrando fragmentos do livro em questão e depois procurando imagens de favelas e cortiços, e pedindo aos alunos que analisassem clipe livro na questão do tempo, espaço e histórias narradas. Foi surpreendente os depoimentos. Mas concordo que não podemos ficar presos aos modismos e tecnologias do momento. O tablet por si só nada mudará na educação, se n~çao tiver uma metodologia adequada para a sua utilização, assim como o datashow não revolucionou a maneira de fazer uma apresentação, antes com o retroprojetor. Que bom que teu comentário permite este debate. mostrando prós e contras, o que era objetivo inicial desta postagem Um abraço, Sergio e vamos trocando ideias. :-)))

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    3. Opa José Roig e Andrea

      Acho que estamos concordando :-) Usar o Google Earth numa aula de geografia pois satisfaz o meu critério, (ir a ontro ponto d planeta pode ser inviável) mas criar uma sala de aula no Second Live para dar aula (como tem gente que defende) é escapismo. Eu acho que tecnologia é ferramenta. Então a questão não refutar ou adotá-la a prori (como eu vejo por aí) Mas é um definir um objetivo educacional (que deve está inserido dentro de um projeto político-pedagógico) e, AÍ SIM, em função do objetivo educacional escolher a ferramenta mais simples que satisfaça aqueles objetivos. O que eu vejo é o pessoal procurar um objetivo educacional para se adequar a tecnologia. É isso que sou contra :-)

      E sim, vamos trocando ideias :-) abraços

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  2. Ih, que colocações legais! Vou me meter!
    Acho que tem muita gente forçando a barra mesmo. Até porquê tem uma falácia destas que se a gente fala contra em público, nos olham com aquele julgo de "você é tão antiquada". Mas o vou falar da nova ( ou velha) falácia: Se você usa recursos tecnológicos, os alunos irão aprender e gostar! Ai se chega aos absurdos de usar os Seconds Lives da vida para dar aulas de qualquer coisa, sem medidas, sem pensar e planejar! Vejo que isso também é causado pelas mídias que ficam martelando na cabeça do educador: você tem que usar os TICs... como um mantra! E ai ferrou tudo, né! Já vi aulas lindas dadas embaixo de árvores e desastrosas com uso de datashow e note! Não suporto camisas de força, então vamos nos cuidar! E olha que isso está sendo falado por uma entusiástica do uso das TICs, posso falar tranquilamente que essas falácias são perigosas e danosas.
    Beijos

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